Não me considerando especialista ou conhecedor do mundo das artes, não tenho amigo(a)s artistas pseudo ou não, não faço parte de nenhuma "cena", nem sequer sou convidado ou vou a inaugurações de galerias. Também não percebo assim tão bem o que é uma performance ou uma instalação, e já assiti a algumas, apenas sou daquelas pessoas que diz se gosta ou não. Esta pequena e irrelevante introdução só para que não me rotulassem de pretencioso no primeiro post como convidado de uma terra de idiotas que apesar de não ser a minha (é mais de parolos) sinto bastante afinidade. E ver aqui terra como concepto e não como espaço físico.
Vamos lá ao que interessa. Se há alguém que posso considerar um génio dentro daquilo que conheço na arte contemporânea essa pessoa ou entidade é BANSKY. Digo pessoa pois ninguém conheçe a verdadeira identidade do artista. A principal tela de Bansky é a rua. Bansky é um graffiter, como milhares que andam por aí e que borram as paredes com tintas, umas vezes com talento, a maior parte com merda. Pois a Bansky talento não lhe falta. Movendo-se no terreno do stencil, o que permite reproduções rápidas e técnica reduzida, tem sido figura maior deste tipo de arte urbana, chegando mesmo a ser plagiado de tal icónicas que se tornam as suas imagens.
A base do trabalho é o humor, a ironia e o activismo político, muito anti-sistema, anti-hipocrisia e pró guerrilha, ficou famoso por colocar quadros seus bastante subversivos em museus ingleses (National Gallery p.e.) e esperar quanto tempo demoravam as autoridades a descobrir a fraude. Ultimamente teve uma exposição de sucesso massivo em L.A., as estrelas adoraram-no e parece que a Angelina Jolie comprou quase tudo por um balúrdio e, levou a sua ironia ao muro da vergonha construído entre Israel e a Palestina. Bansky Superstar!
Uma curiosidade, exemplo da esquizofrenia saudável que se vive nos nossos dias, foi o facto de uma das obras mais icónicas de Bansky, dois polícias a beijarem-se numa esquina em Londres, ter sido vandalizada. Até aqui nada de novo, se pensarmos que o graffiti pode ser considerado como uma forma de vandalismo da parede alheia, o próprio governo inglês o considera assim. Ora a curiosida está em que os autores da proeza foram julgados e condenados e a obra declarada de interesse público.
Aqui têm uma galeria com imagens e localização no mapa dos trabalhos de Bansky em Londres.
Sobre o graffiti e o graffitismo deixo aqui o link para a wikipédia, onde podem ler acerca da influência do graffiti em artistas com Jean-Michel Basquiat ou Keith Haring, sobre como o graffiti juntamente com o hip-hop (e eles andam quase sempre juntos) se tem torna na forma de arte mais presente na cultura ocidental ou descobrir novas formas de arte urbana, como o GRL (Graffiti Research Lab) com os graffiti luminosos e Led-Throwies (já ouve um em Lisboa).
Fiquem também com uma série de links para descobrir mais e mais imagens.
links
stencil revolution (A bíblia do género. Fantástica galeria de imagens e manual de iniciação ao stencil)
Urbana (Blog de Arte Urbana Tuga)
Os Gémeos (estes brasucas são geniais)
Alexandre Orion (Mistura de Fotografia com Pintura e Graffiti)
Um comentário:
Muito bom esse seu post, vou tomar a liberdade de levá-lo para o meu blog brasuca, o Nervosa, com os devidos créditos, bien sûr. Curti demais o tema de abertura, pensei tratar-se de um blog jazzístico. Cheguei aqui atrás de imagens de o Corvo. Gostei, adoro os tugas, seu jeito de falar, sua visão das coisas, estimulante. Abraço.
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