quarta-feira, 12 de março de 2008

Bansky , graffiti e arte urbana





Não me considerando especialista ou conhecedor do mundo das artes, não tenho amigo(a)s artistas pseudo ou não, não faço parte de nenhuma "cena", nem sequer sou convidado ou vou a inaugurações de galerias. Também não percebo assim tão bem o que é uma performance ou uma instalação, e já assiti a algumas, apenas sou daquelas pessoas que diz se gosta ou não. Esta pequena e irrelevante introdução só para que não me rotulassem de pretencioso no primeiro post como convidado de uma terra de idiotas que apesar de não ser a minha (é mais de parolos) sinto bastante afinidade. E ver aqui terra como concepto e não como espaço físico.
Vamos lá ao que interessa. Se há alguém que posso considerar um génio dentro daquilo que conheço na arte contemporânea essa pessoa ou entidade é BANSKY. Digo pessoa pois ninguém conheçe a verdadeira identidade do artista. A principal tela de Bansky é a rua. Bansky é um graffiter, como milhares que andam por aí e que borram as paredes com tintas, umas vezes com talento, a maior parte com merda. Pois a Bansky talento não lhe falta. Movendo-se no terreno do stencil, o que permite reproduções rápidas e técnica reduzida, tem sido figura maior deste tipo de arte urbana, chegando mesmo a ser plagiado de tal icónicas que se tornam as suas imagens.


A base do trabalho é o humor, a ironia e o activismo político, muito anti-sistema, anti-hipocrisia e pró guerrilha, ficou famoso por colocar quadros seus bastante subversivos em museus ingleses (National Gallery p.e.) e esperar quanto tempo demoravam as autoridades a descobrir a fraude. Ultimamente teve uma exposição de sucesso massivo em L.A., as estrelas adoraram-no e parece que a Angelina Jolie comprou quase tudo por um balúrdio e, levou a sua ironia ao muro da vergonha construído entre Israel e a Palestina. Bansky Superstar!
Uma curiosidade, exemplo da esquizofrenia saudável que se vive nos nossos dias, foi o facto de uma das obras mais icónicas de Bansky, dois polícias a beijarem-se numa esquina em Londres, ter sido vandalizada. Até aqui nada de novo, se pensarmos que o graffiti pode ser considerado como uma forma de vandalismo da parede alheia, o próprio governo inglês o considera assim. Ora a curiosida está em que os autores da proeza foram julgados e condenados e a obra declarada de interesse público.

Aqui têm uma galeria com imagens e localização no mapa dos trabalhos de Bansky em Londres.

Sobre o graffiti e o graffitismo deixo aqui o link para a wikipédia, onde podem ler acerca da influência do graffiti em artistas com Jean-Michel Basquiat ou Keith Haring, sobre como o graffiti juntamente com o hip-hop (e eles andam quase sempre juntos) se tem torna na forma de arte mais presente na cultura ocidental ou descobrir novas formas de arte urbana, como o GRL (Graffiti Research Lab) com os graffiti luminosos e Led-Throwies (já ouve um em Lisboa).

Fiquem também com uma série de links para descobrir mais e mais imagens.
links
stencil revolution (A bíblia do género. Fantástica galeria de imagens e manual de iniciação ao stencil)
Urbana (Blog de Arte Urbana Tuga)
Os Gémeos (estes brasucas são geniais)
Alexandre Orion (Mistura de Fotografia com Pintura e Graffiti)

Um comentário:

san disse...

Muito bom esse seu post, vou tomar a liberdade de levá-lo para o meu blog brasuca, o Nervosa, com os devidos créditos, bien sûr. Curti demais o tema de abertura, pensei tratar-se de um blog jazzístico. Cheguei aqui atrás de imagens de o Corvo. Gostei, adoro os tugas, seu jeito de falar, sua visão das coisas, estimulante. Abraço.