sexta-feira, 21 de março de 2008

John Hughes - Parte II

Em 1986 salta para a ribalta Matthew Broderick no papel de Ferris Bueller em "Ferris Bueller's Day Off", por cá intitulado de "O Rei dos Gazeteiros". Ferris é o espertalhão da turma e resolveu desta vez enganar toda a gente fazendo-se passar por um doente quase à beira da morte. O director da escola conhece o feitio de Ferris mas nunca o conseguiu apanhar, e até a irmã se irrita com as suas partidas, uma vez que em frente aos pais ele é um anjinho. Mas com o dia todo pela frente mais vale ir curtir com o amigo e a namorada, e porque não com o Ferrari do pai. Juntamente com "The Breakfast Club" transformou-se num filme de culto teen, sobretudo pelo facto das personagens serem mais ricas a nível individual e apresentarem uma carga tragicómica significativa (mais presente em "O Clube"), que se opõe por completo à superficialidade patente nas personagens que integram o grosso da comédia adolescente actual. Nesse ano foi ainda argumentista de "Pretty in Pink"(1986) e em 1987 saiu "Some Kind of Wonderful" também escrito por ele. Com a popularidade destes filmes, e de outros do mesmo género, que surgiram com maior incidência nessa década, surgiu o termo "Brat Pack" para rotular um grupo de jovens actores que apareciam juntos em vários filmes do género: Emilio Estevez, Anthony Michael Hall, Demi Moore, Molly Ringwald, Judd Nelson, Rob Lowe, Andrew McCarthhy e Ally Sheedy. O final da década chegou de mãos dadas com o final da sua carreira como realizador. “Planes, Trains & Automobiles” de 1987, com Steve Martin e John Candy foi bem acolhido pela generalidade do público, mas as críticas foram piorando com filmes como “She’s Having a Baby” de 1988 (comédia romântica com Kevin Bacon e Elizabeth McGovern) e “Uncle Buck” de 1989 (de novo com John Candy acompanhado por Macaulay Culkin), levando mesmo Hughes a pôr de lado a pasta de realizador, depois da estreia do dispensável “Curly Sue” (1991) com James Belushi. Apesar de não voltar a trabalhar por trás da câmara, o seu trabalho como argumentista e produtor continuou a dar-lhe alguns sucessos, pelo menos de bilheteira. Dedicando-se sobretudo a entreter os mais novos, assinou os argumentos de “Home Alone” (os dois primeiros de 1990 e 1992, que transformaram Macaulay Culkin num fenómeno instantâneo. De assinalar a presença de Joe Pesci e Daniel Stern no papel dos “bandidos molhados”. Ainda chegou a escrever o terceiro em 1997), “Beethoven” (1992), “Dennis the Manace” (1993), “Baby’s Day Out” (1994), 101 Dalmatians (1996) e “Flubber” (1997) entre os mais significativos. Depois dum início auspicioso que marcou uma geração, John Hughes acabou por se tornar um ilustre desconhecido entre os mais novos, sem nunca chegar a convencer os mais velhos… estranha década, essa.

Um comentário:

Anônimo disse...

É isso tudo. Gostei da última frase. Existem, no entanto assuntos mais importantes para se tratar. :p