quinta-feira, 20 de março de 2008

Edvard Munch

12.12.1863 - 23.01.1944

Edvard Munch foi um dos pintores mais influentes dos últimos séculos como um dos precursores do expressionismo alemão, apesar de ser norueguês. Estudou em Oslo onde foi influenciado por nomes como Courbet, Manet, Ibsen e Bjornson que conferiram ao inicio da sua obra um cariz predominantemente social. Depois desta fase, Munch vira-se para si e começa a pintar a dor, a doença, o sofrimento, a solidão, o desespero e a morte que o acompanharam durante a sua infância. Munch que perdera a mãe, duas irmãs e tinha ainda outra com deficiência mental, deu início a esta temática em 1885 com “A Rapariga Doente”. Mais tarde conheceu a obra de Van Gogh e Gauguin, e em 1892 marcou a história da arte alemã e a sua carreira, quando foi convidado a expor em Berlim e deu início a um projecto intitulado “O Friso da Vida”. Munch, que tinha sido influenciado por um estilo pós-impressionista, não se queria limitar a pintar a realidade externa, mas queria que as suas telas fossem mais emocionais, que representassem um estado de espírito, queria criar uma atmosfera mais tensa e intensa, queria ser mais expressivo. Em 1893 pintou a sua obra mais famosa, “O Grito”.

O simbolismo que Munch confere à sua obra conduz às mais variadas interpretações dos apreciadores, mas a instabilidade emocional do autor é patente nas suas telas. Alguns historiadores de arte defendem que o tom avermelhado no fundo, representa o efeito da atmosfera ao entardecer, depois da erupção do vulcão da Indonésia, na Cracatoa. O Grito foi proibido pelo regime nazi (denominado de arte demente), bem como o resto da sua obra. Tornou-se mais tarde um ícone da cultura popular, quase ao nível da Mona Lisa de Da Vinci, sendo um dos quadros mais produzidos de sempre, apareceu na Time Magazine, foram comercializados bonecos insufláveis, entra por duas vezes na série “The Simpsons”, num episódio de "Beavis and Butt-Head", Andy Warhol realizou uma série de trabalhos dedicados à obra e foram feitos filmes como a série “Scream” e a “Scary Movie” em que máscara do assassino apresenta uma semelhança evidente. A sua popularidade levou a que fosse roubado por diversas vezes, tendo sido recuperado em Agosto de 2006. Durante esta fase, Munch envolveu-se num círculo de artistas, escritores e críticos, entre os quais se incluía Strindberg, e começou a interessar-se pela gravura, começou a fazer litografias e também fotografias. A bebida excessiva, as alucinações e o sentimento de perseguição, fizeram com que fosse internado numa clínica onde fez uma terapia à base de choques eléctricos, e donde saiu oito meses depois menos pessimista e mais interessado pela natureza e as suas cores. Em 1914 inicia um projecto para a decoração da Universidade de Oslo e termina a sua carreira, fazendo das suas últimas obras uma espécie de resumo das preocupações da sua existência. Um dos meus quadros preferidos dele chama-se Madonna (1894-1985) e está em baixo.

Para os mais interessados têm aqui estes links:

Museu Munch

Edvard Munch

Galeria Virtual

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