segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Dois Concertos

Nas últimas semanas este vosso amigo teve o privilégio de assistir a dois magníficos concertos, primeiro Peter Murphy no Coliseu do Porto e depois GNR com a Banda Filarmónica da Guarda Nacional Republicana em Guimarães.


Mas vamos a umas quantas impressões:

Peter Murphy

Bem… não que tenha sido certamente o concerto da minha vida mas ainda assim Peter Murphy “apesar” da idade deu uma verdadeira lição sobre postura em palco e sobre aquilo que deve ser um concerto de rock. Pouca luz, muito volume e nenhum outro show-off além do próprio cantor que apesar de por vezes ter parecido um bocado abichanado esteve sempre 100% genuíno. Quis abraçar o público, falou para o céu (ou seria para os holofotes?), agarrou-se ao guitarrista e fez uma série de númer

os de contorcionismo. Fica aqui uma foto que tirei com o meu telemóvel e uma musiquinha que apanhei no youtube gravada in-loco.

Resta dizer duas coisas: Fiquei absolutamente vidrado na prestação do guitarrista: parecia tão simples e aquela guitarra solitária enchia a música e o palco quase tanto como a orquestra da GNR, usou apenas duas guitarras (cuja marca/modelo não consegui descortinar) durante todo o concerto, e no final fez uma coisa um tanto ou quanto estranha: antes de pousar a guitarra deu-lhe um beijo e fez isso de uma forma solene (com amor?).

A voz do Peter Murphy soa como nos álbuns. É incrível, parece que mesmo que ele quisesse sair do tom era impossível! Gostei especialmente da música She’s in Parties, original dos Bahaus.


GNR

O pavilhão multiusos de Guimarães é um espaço enorme e austero, quadrado e com um pé de altura gigantesco, estava vazio quando cheguei e só mesmo em cima da hora do concerto é que se encheu… eu não sabia que os GNR agradavam a tanta gente de tantos escalões etários: parecia que do liceu à Universidade Sénior, do Industrial Têxtil ao Operário tinha ido tudo ver os GNR! E o melhor: toda a gente sabe as letras das músicas!

Realmente a banda filarmónica dá outra dimensão a músicas que já ouvimos centenas de vezes, Vídeo Maria, Asas, etc, etc, etc. Rui Reininho no seu melhor: alterou letras, desafinou (só um bocadinho…) e depois enganaram-se na música que iam tocar a seguir e foi tipo “não ainda não é o Sub-16!”. Enfim gostei, gostei mesmo muito porque gosto mesmo muito dos GNR mas tenho de dar o braço a torcer porque há algumas coisas que lhes podiam ter corrido melhor.

Afinal o guitarrista deles, faz muito pouco em palco, ficando as “partes difíceis” para um músico contratado que discretamente e por detrás de uma Gibson Les Paul Júnior trata de tapar o guitarrista do grupo.

Na realidade o guitarrista é muito melhor com o acordeão do que com a guitarra. Que por sinal soava sempre demasiado alta ou tinha de ser trocada a meio da música. Se calhar eu estou a ser demasiado exigente pois na minha memória recente está ainda o guitarrista do Peter Murphy a tocar como se não houvesse amanha!

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