Paul Leonard Newman era uma das grandes estrelas de Hollywood ainda no activo. A par de James Dean e Marlon Brando, era um dos maiores sex-symbols do cinema americano, da altura, tendo-se afastado de Brando (com o qual era confundido quando apareceu) pela sua capacidade de "sair de cena", coisa que o extravagante Brando nunca faria. Isto permitiu-lhe construir uma carreira sólida, com cada vez melhores papéis e interpretações. Entrou em mais de 65 filmes em 50 anos, depois da sua estreia na Broadway que o levou de imediato à televisão, ficando, mais tarde, conhecido como o dono dos olhos mais famosos da história do cinema. A sua estreia com The Silver Chalice (1954) deixo-o de tal forma desagradado que pagou uma página inteira dum jornal para pedir desculpas a toda a gente que tivesse visto a sua performance. Apesar de quase ter terminado a carreira, logo após o seu começo, o seu segundo filme, Somebody Up There Likes Me (1956), onde interpretava o boxeur Rocky Graziano, valeu-lhe as melhores críticas e rapidamente se tornou num dos reis do Box Office dos anos 60. Newman tornou-se um ícone de Hollywood, não apenas pelo bom aspecto ou sensualidade que o catapultaram rapidamente para a ribalta, mas pela sua dedicação à arte de representar, a facilidade com que dava às suas personagens um humor e uma inteligência quase ininteligíveis, que tornavam o público mais próximo do rebelde, renegado ou apaixonado que interpretava.
The Hustler
Para além de actor, também realizou e produziu alguns filmes de qualidade. Teve 9 nomeações para melhor actor e uma para melhor filme (Rachel, Rachel (1968) onde dirigia a sua mulher Joanne Woodward), levando a estatueta para casa, em 1987 (tinha recebido no ano anterior o honorário, ou prémio carreira), pelo papel de Fast Eddie Felson no filme de Scorsese, The Color of Money (1986). Este papel é uma recreação do Fast Eddie do The Hustler (1961) de Robert Rossen, de há 25 anos atrás. A imagem de Newman não se encontra apenas ligada cinema. Sempre foi um defensor dos direitos do Homem, notando-se isso, até nos papéis que mais tarde escolhia, quando tinha sobretudo que tomar uma posição política. Era um fã do automobilismo e chegou a tornar-se um piloto de sucesso, ganhando vários títulos nacionais do Sports Cars Club of America . Em 1982 decidiu comercializar uma salada que tinha inventado, e oferecido, em tempos, aos amigos, pelo Natal. Após 25 anos, a empresa gerida pela filha, Nell Newman, vende, para além da famosa salada, limonada, molho de tomate, pretzels, pipocas e vinho, entre outros. A particularidade desta empresa, centra-se no facto de todos os lucros gerados, que passam os 200 milhões de dólares, serem doados para caridade. Criou um centro recreativo para crianças com cancro ou outras doenças, outro para tratar o problema do alcóol e das outras drogas. Teve sempre um papel muito activo nos projectos, escolhendo mesmo uns chapéus especiais, para as crianças que fazem quimioterapia poderem brincar sem qualquer problema. Nos últimos anos, conseguiu continuar a desempenhar papéis de destaque, como em Nobody's Fool (1994), Message in the Bottle (1999) ou Road To Perdition (2002). Os seus trabalhos mais memoráveis, já têm no entanto uns aninhos, e contam-se entre outros: Cat on a Hot Tin Roof (1958), The Hustler (1961), Cool Hand Luke (1967), Butch Cassidy and the Sundance Kid (1969) e The Sting (1973), ambos com Robert Redford, Slap Shot (1977) e The Veredict (1982). R.I.P. mister Newman.
Cat on a Hot Tin Roof
Cool Hand Luke
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