domingo, 30 de novembro de 2008

33

33 é número de posts de Novembro, com média de mais que 1 por dia, muito bem. Dia 21 teve mais de 220 visitas, boa Magritte. 33 é também número de craque, uma das maiores figuras de sempre do basket mundial: Larry Bird. Há quem o considere o melhor de sempre, principalmente os fãs dos Boston Celtics que viveram a sua época dourada com Bird no comando. Exímio nos 3 pontos, fazia passes incríveis e nunca desistia dum lance apresentando uma habilidade especial para roubar bolas. Pode não ter sido o melhor, mas faz parte dum conjunto de lendas vivas como Magic Johnson ou Michael Jordan.

Top 10 Playoff Plays


Best of Larry Bird

sábado, 29 de novembro de 2008

O Zé gosta dos GNR, eu também gosto muito mas melhor ainda é ler o Reininho


O ípsilon de vez em quando lá vai surpreendendo a malta e por vezes consegue-se ler uma pérola como esta, do maior personagem da pop portuguesa dos últimos anos (O Variações foi curto), Rui Reininho em discurso directo.


O homem tripolar
João Bonifácio


A dada altura, Rui Reininho, falando de Belém (Lisboa), diz: "Isto é um sítio muito interessante e muito mágico, talvez daí eu tenha pirado um bocado tematicamente. Quis fazer um disco à antiga, conceptual mesmo. Há uma história do princípio ao fim."
Isto saiu-lhe numa longa conversa com o Ípsilon em Belém, a propósito de Companhia das Índias", 13 temas de pop aqui estranha, ali directa, e o primeiro disco de Reininho a solo em 53 anos de vida. Na escrita das canções, gente muito díspar entre si, que vai de JP Coimbra, dos Mesa, a Paulo Furtado, dos WrayGunn, passando por Rodrigo Leão.
O disco parece abordar uma estranha noção de "positividade" - e Reininho revelou na entrevista um inesperado interesse por gongos tibetanos, reikis e afins.
Na tarde em que nos sentámos para conversar, Reininho estava particularmente cansado, depois de uma noite a filmar um videoclip até às tantas. A entrevista, mais que debater o disco, acabou por versar as muitas máscaras de Reininho, a sua inquietude, algum comodismo que se havia abatido sobre a carreira, tudo discutido com uma frontalidade rara por cá.

Já está a morar aqui [em Belém] há algum tempo?

Há um ano. Vim fazer o disco para aqui. O disco tem uma coisa muito agradável para mim, que é aprender outra vez. Ter de ir a casa das pessoas, ir ao Estoril a casa da Margarida [Pinto, escreveu "Triste S" para este disco] e do [Miguel] Cardona, eles ali à lareira com o seu piano, ir a casa do Rodrigo Leão. Fui fazendo consultas. Depois combinava com o Armando [Teixeira, produtor] - que é um dos casos clínicos mais interessantes da nossa praça, um tipo que ouve muito, tem uma discoteca fantástica de vinil, com seis ou sete versões do "Hair" e discos do Festival de San Remo - para o dia seguinte. "Às onze a gente encontra-se", e ouvíamos isto e aquilo. Podia ter sido uma manta de retalhos, mas tem quatro ou cinco canções na "mouche", são pop, são coisas que eu sei fazer. Depois tem coisas em que me aventurei - se calhar é o meu futuro.

O facto de uma "major", a Sony BMG, ter entrado no processo alterou o disco?

Eles não exigiram nada. Eu tinha meia-dúzia de nomes com quem queria trabalhar, gente que admiro - e pelos vistos isso é mútuo. As canções são a visão que as pessoas têm de mim. O JP Coimbra [dos Mesa, escreveu "Lados B"] dizia: "Isto é um bocado Las Vegas, um bocado Elvis, é muito interessante vestir estas coisas todas." A parte unificadora foi a produção - deve ter sido difícil aquele homem conseguir um som. Isto não tem aquela carga do jovem que chegou à coisa, não tenho um projecto. 'O meu projecto é...' Oh ninos!, projectos é para arquitectos.

Agora há outra vez putos que não gostam de projectos, tocam e acabou. Uns são seus fãs, os Pontos Negros.

Mas esses têm uma igreja por trás, isso é muito importante. Eu agora pratico gongos tibetanos e "healing", faço gente levitar a cinco palmos do chão - eu digo isto e as pessoas não acreditam. É um poder um bocado como aquela hipnose de pôr 40 mil pessoas a cantar.

Mas está mesmo interessado nesse tipo de coisas?

Estou, porque existe mesmo essa energia.

Mas o que é que sabe fazer?

Não posso dizer no jornal, senão parecia o professor Bambo. São gongos e taças tibetanas de "healing", para curar depressões e não sei quê. Há aqui na zona um tipo que me diz: "Estás a viver na parte de cima de Pedrouços, que é o lado do Bem, a parte de baixo são os gajos da missa negra." Eu apanho os malucos todos, sou o gajo que entra no metro e vem o criminoso, o serial-killer, o arrependido, o gajo que se vai atirar para a linha e acabou de dar um desfalque.

Mas o que é que estava a acontecer na sua vida para se interessar por...?

Sofrimento, sofrimento grande. E gente que morreu. Amigos, namoradas que morreram, que foram levadas pela heroína, pela sida. A minha função é um combate aqui dentro. Ser o "Dr Optimista" [uma das canções do disco] da história. Ver um amigo meu como o Zé Pedro, que tem também uma luz do caraças, livrar-se do álcool e do pior dos infernos, ver o sorriso daquele homem... aquele tipo agora é um santo, só espalha o bem e a harmonia onde está. Essas são as personagens que nós precisamos.

É uma coisa geracional, a heroína entra cá pouco antes de a sida surgir.

Nos bons tempos podíamos ser promíscuos porque só havia herpes. Depois começámos a perceber que a vida mata. Este disco é sincero quanto a isso: tem um lado de palhaçada que eu assumo, que também é bom para me esconder, o gajo do turbante, da bola de cristal [Reininho refere-se ao imaginário do disco]. Até comprei a minha bola de cristal, levei-a para casa, pu-la em cima da casota do meu cão, a luz incidiu e ia armando um incêndio. Mas tem um lado sério: há anos que faço acupunctura, nunca mais tomei um antibiótico nem anti-inflamatórios, nem cigarros, nem bebidas brancas - é o meu apartheid.

Mas agora fez uma limpeza?

Isso é porque não aguento. Continuo a fazer espectáculos como fazia há uns anos, de uma hora e meia. Em Guimarães fiz duas horas de espectáculo com uma banda sinfónica, a cantar contra cento e tal gajos.

A voz está mais limitada do que antes, não?

Não, está mais aberta. Hoje é que estou cansado, nem devia estar a falar, porque ontem foi violentíssimo estar ali [a fazer o vídeo] até às cinco da manhã. Acabei a noite completamente louco a saltar por cima de carros como se fosse o Conde Drácula, ao som do "Turbina e Moça".

É uma das canções que parece desenhada para si.

E foi, porque o [New] Max escreve de outra maneira. É um gajo do hip hop lá de Leça, do surf.

Tem um lado "new wave".

Sim, mas isso são as coisas que eu vivi. Nos anos 1970 apanhei com a cena de Camden [bairro de Londres]. O Billy Idol apanhava o mesmo metro que eu. A gente ia comprar o mesmo que eles, dava um cheiro e uau uau uau uau [onomatopeia para 'aceleração']. Aquilo marcou-me muito. Gosto daquele "Come back to Camden" do Morrissey, é quase de ir às lágrimas. "Come back to Camden and I'll be good". Volta para casa que eu desta vez vou ser bom - já disse isso a muitas raparigas, elas já não acreditam.

Porquê só agora um disco a solo?

Só agora é que tive tempo. Antes queria era fazer um filme, depois percebi que não sei fazer. Ainda ontem [nas filmagens] estava com aquela curiosidade, a ver como é que funcionava a câmara. Foi incrível: às cinco da manhã, a equipa louca, raparigas em hipotermia e de repente vou buscar outra personagem - eu sou tripolar - e desato a saltar por cima de carros e a queimar coisas. Desaparece a personagem e mete-se na caixa - espero que não apareça durante uma semana.

As pessoas com quem trabalhou são sugestões suas?

É tudo gente que eu conheço. Há quem diga que o "Bem bom" está um bocadinho fora, mas vem do [espectáculo de versões] Companhia das Índias: eu comecei com versões e aquilo é a cristalização do espectáculo. O samba ["Faz parte do meu show"] foi o Nuno Espírito Santo que me disse para gravar, é uma música vagamente pedófila e perversa.

O "Bem bom" também parece muito delicada e é uma canção sobre...

Sim, sim, é um "one-night stand". É maliciosa. Nós começámos a ensaiá-la e toda a gente se ria. Aquilo deu muito trabalho. A ideia do cravo é ser "Ligações Perigosas", cruel. Quem também me deu a benção para este disco foi o Peter Murphy, que conheci, é um aristocrata, e que me disse: "Muito interessante". Falámos sobre vinhos, sobre Nova Iorque, ele conhece o John Cale, eu conheço o Ricardo Quaresma.

Ficou a ganhar. O que é que o levou a escolher estes tipos para compor?

Conhecia-os. O New Max fez a produção do "Revistados" [disco de homenagem aos GNR], conheci-o na altura e fizemos concertos com eles. Isto é gente que eu encontro no rock e digo: "Então pá, não sei quê, temos de fazer uma coisa juntos." Com o Rodrigo Leão estava sentado em casa dele, a almoçar, com os putos todos - tem três filhos maravilhosos - e ele disse: "Agora vamos ver o que fazemos".

Não tem um certo arrependimento por não ter construído esse tipo de vida que o Rodrigo Leão tem?

Tenho, porque perdi muito tempo, não estava nos aniversários, não dei a atenção devida. Claro que queria uma coisa assim. Tenho um puto maravilhoso ali em Santo Amaro de Oeiras, um miúdo aventureiro que quer ir comigo para as coisas, está com imensa curiosidade. É um anjo de um gajo que me conhece como ninguém. Mas eu sou um bocadinho intranquilo. Gostava era de deixar os telespectadores tranquilos e ir ao Botão, a esses sítios que estão a chamar por mim e deixar-vos em paz - mas antes queria resolver este disco a solo, esta coisa de que toda a gente me falava há anos.

Não se andava a sentir acomodado?

Sim, senti. Sentimos todos esse status quo. E acho que percebi que isto ia acabar, aquela indústria acomodada, preguiçosa e filha da mãe que faz reedições a 20 euros quando já houve vinil, já houve CD.

O Armando é um especialista naquela área lounge. Podia ter feito um disco todo num registo cabaret.

Sim, sim, isso era o que as editoras queriam, mas eu não quis. Havia o "Bem Bom" e podíamos ter feito só versões e se calhar vendia mais às senhoras nos salões. Esta história é arriscada: ser rebelde aos 17 também já fui, difícil é depois, como dizia o André Gide. Fazer ruptura quando já está tudo estabilizado é muito mais difícil.

[Um senhor de aspecto muito respeitável cumprimenta Reininho].

Como é que tem este lado de pessoa respeitável quando nos últimos 30 anos deve ter sido respeitável umas duas vezes?

As pessoas aceitam. Eu sou muito Conde Drácula: o conde não faz nada que não lhe deixem. Nunca usei a hipnose para os concertos - aquilo é uma histeria para os putos, uma hipnose, e depois aquilo passa, mas eu não exerço isso. Cada coisa é uma coisa: festa é festa, depois salta-se para outra personagem.

Mas tem muito isso de mudar de personagem?

Sim. Às vezes é um bocadinho incontrolável.

Na vidinha normal, isso não é complicado?

Não, é fantástico. Dão-me mais fiambre e tudo. Vou ao supermercado e dizem-me: "Gosto muito da sua música." Eu digo "Queria 200 gramas." "Ah, leve 400, não diga nada." Agora não como fiambre por causa da minha religião. Daqui até ao Natal vou ser judeu, que é para não me chatearem.

Isso acontece porque o país é muito pequenino. Por isso acabou por ficar como o provocador oficial, vai à Televisão, diz umas coisas.

Se reparares bem, eu já não tenho directos. Há uma censura implícita. Saem-me coisas muito sinceras, mas as pessoas não gostam muito de sinceridade. Neste meio há pessoas que eu preferia não conhecer. Mas tenho o prazer de estar a jantar com o Peter Murphy e de repente estar a passar ali em Vila Nova de Gaia e está o Quim Barreiros: "Ó bacano, anda cá para cima." E eu fui. Subo o monte e ele: "Cumé que cantas o caralho do 'Inferno'? É em sol?" E fizemos um encore, "E que tudo mais vá pró inferno lai lai la la". É fantástico, não é?

O que é que o atrai na disparidade desses universos?

Gosto daqueles gajos, sinceramente. As conversas mais divertidas que eu tenho sobre o business é a ouvir o Zé Cid a falar - ele não entrou neste disco porque não deu. "Vem a Santarém, pá, então agora andas a fazer música com essas gajas que ninguém conhece? Tens é de que andar com o grande cantor." E é verdade, ele é um grande melodista, num país a sério ele seria um Liberace.

Um Elton John.

Um Elton John, um melodista porreiro e que cresci a ouvir. Quando vi o Quarteto 1111 disse assim: 'Fogo, gostava tanto de ser aqueles gajos ali em cima', como o Mike Sargeant, téu néu néu [onomatopeia de guitarra], Tozé Brito, eu queria ser o Tozé Brito. E agora canto a música dele.



A do Peter Murphy conhece o John Cale e eu conheço o Quaresma, priceless.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Só para isto passar a média de um post por dia e chegar aos 31 e quem sabe até a mais, tomem lá uma dose de psicadélia



Em formato musical e visual. Do novo de Squarepusher - Just a Souvenir, editado pela Warp Records (Créme de la Créme da electrónica há 20 anos) e que pode ser descarregado por via ilícita através do rapidshare aqui. ou pelo megaupload.
Ponham o vídeo no modo écran inteiro.



Ah e pausem o leitor aqui ao lado.


Squarepusher - Planet Gear from Warp Records on Vimeo.

E metam umas drogas que tiverem aí à mão, antigripine também serve...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Euforia


Cai neve no cérebro vivo do imaculado - dizem
que este milagres só são possíveis com rosas e
enganos - precisamente no segundo em que a insónia
transmuda os metais diurnos em estrume do coração

Dizem também
que um duende dança na erecção do enforcado - o fulgor
dos sémenes venenosos alastra no brilho dos olhos e
um sussurro de tinta preta aflora os lábios
fere a mão de gelo que se aproxima da boca

O vómito da luz ergue-se
das palavras ditas em surdina

A seguir vem o sono
e o miraculado entra no voo dos cisnes
o dia cansa-se
na brutalidade com que a voz se atira contra as paredes
abrindo fendas
em toda a extensão das veias e dos tendões

Quando desperta com o crepúsculo
o miraculado olha-nos fixamente e sorri
dá-nos uma rosa em forma de estilete - fechamos os olhos
sabendo que este é o maior engano
da eternidade

Al-Berto
Horto de Incêndio

sábado, 22 de novembro de 2008

6 novos trailers

A primeira grande novidade é o tão esperado trailer do novo filme de Darren Aronofsky (Leão de Ouro em Veneza), The Wrestler. O drama gira à volta de um profissional de luta livre à beira da reforma que quer uma última desforra do seu antigo rival. A premissa parece um lugar comum mas, para além de Aronofsky só nos saber surpreender, falam de Mickey Rourke como desempenhando o papel da sua vida e apontam-no como um dos principais candidatos ao óscar. Sidekicks: Marisa Tomei e Even Rachel Wood.

The Wrestler


Danny Boyle e o seu Slumdog Millionaire também tem dado que falar. Ganhou o prémio do público em Toronto e não se deve ficar por aqui. Um miúdo indiano da favela de Mumbai, está a uma resposta de ganhar o quem quer ser milionário quando o programa termina por esse dia. É levado preso por suspeita de fraude, onde ele conta toda a sua vida e a chave para a resposta a cada uma das perguntas. Um argumento sólido e uma realização visualmente extasiante têm deleitado grande parte da crítica.

Slumdog Millionaire


Agora o "indiezinho" da lista, de Kelly Reichardt, Wendy and Lucy. Dizem que Michelle Williams faz uma das melhores interpretações do ano, no papel duma rapariga que parte para o Alaska com fim de arranjar um emprego de verão muito lucrativo. Depois do carro avariar e o seu cão ser levado para o canil, vai-se encontrar cada vez pior financeiramente. A ver...

Wendy and Lucy


O realizador de The Hours e Billy Elliot, Stephen Daldry, regressa com The Reader, um drama histórico passado no pós 2ª Guerra Mundial, sobre a relação entre um aluno de direito e uma misteriosa mulher, com quem se envolvera 8 anos antes, e afinal se revela uma acusada nos tribunais de guerra nazi. Kate Winslet acumula personagens fortes e complexas e também nomeações. Com este ou com Revolutionary Road e quase certa a 6ª nomeação. Ralph Finnes, Alexandra Maria Lara, Bruno Ganz e David Kross completam o elenco.

The Reader


Agora nas comédias, Barry Levinson volta com What Just Happened. O tema é mais uma vez os bastidores de Hollywood, mas ao que dizem mais cómico que Wag the Dog. Robert De Niro é o principal, mas também temos John Turturro, Stanley Tucci, Robin Wright Penn, Kristen Stewart e Bruce Willis + Sean Penn a fazer deles próprios. A ante-estreia foi um sucesso, mas isso não quer dizer nada. Bom ou não, é sempre saudável rir de Hollywood, com Hollywood.

What Just Happened


Para acabar, uma comédia levezinha, da nova vaga americana: Role Models. David Wain não tem tido muito sorte na carreira, mas este parace que está a fazer rir muita gente. Dois vendedores estampam o carro da empresa e são condenados a 150 dias de serviço comunitário, como tutores num programa de ajuda a crianças orfãs e necessitadas. Paul Rudd (co-argumentista) e Seann William Scott são os principais, mas ainda entram, Elizabeth Banks, Christopher "McLovin'" Mintz-Plasse e Bobb'e J. Thompson.

Role Models

The 100 Greatest Movie Characters

"You're not your job. You're not how much money you have in the bank. You're not the car you drive. You're not the contents of your wallet. You're not your fucking khakis. You're the all-singing, all-dancing crap of the world."
Tyler Durden

A revista inglesa de cinema Empire adora tops. Desta vez lembraram-se de eleger as melhores personagens de sempre, deixando aos leitores e internautas a responsabilidade de votar. Surpresa ou não, deparamo-nos com um filósofo niilista em primeiro lugar, um poeta da destruição e da renovação, o ideal do homem moderno se assim pudesse existir. Brad Pitt faz em Fight Club um papel do outro mundo, acompanhado pela realização soberba de David Fincher, da adaptação da obra, do génio da ficção transgressional, Chuck Palahniuk. Um clássico de culto instantâneo que vai ficar ligado aos anais da história da 7ª arte e por isso um filme que merece muitas páginas de análise (não para hoje). O artigo podem ler aqui. Tem uma citação de cada personagem (neste caso, a que está em cima), a razão pela qual está na lista e a melhor cena, segundo eles, que protagoniza no filme. 100 é muita coisa, não me parece que os vá ver todos. Para os mais preguiçosos, deixo a lista dos 10 primeiros (ia pôr mais, mas nem Pacino, nem Nicholson, nem De Niro até aos 20):

1 - Tyler Durden - Brad Pitt - Fight Club
2 - Darth Vader - David Prowse/James Earl Jones - Star Wars
3 - The Joker - Heath Ledger - The Dark Knight
4 - Han Solo - Harrison Ford - Star Wars
5 - Dr.Hannibal Lecter - Anthony Hopkins - The Silence of the Lambs
6 - Indiana Jones - Harrison Ford - Indiana Jones
7 - The Dude - Jeff Bridges - The Big Lebowski
8 - Captain Jack Sparrow - Johnny Depp - Pirates of the Caribbean
9 - Ellen Ripley - Sigourney Weaver - Alien
10 - Vito Corleone - Marlon Brando - The Godfather

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Star Trek & Funboys

Os fanáticos da ficção científica (alguns) já parecem mais descansados com o primeiro trailer do novo filme da mítica saga. Chama-se Star Trek... XI ou Zero. Apesar de não se saber ainda a história do filme, é certo que vai relatar os primeiros anos da USS Enterprise e da sua tripulação, de Kirk a Spock. Está visto que é mais um zero que um onze, já que não continua com a história, mas tenta reinventá-la. Além de J. J. Abrahams (Lost, Alias e MI3) se esforçar por dar uma melhor imagem à história que nos últimos titulos se aproximava duma espécie de série B retro sci-fi flick. Muitos efeitos especiais, Chris Pine, Zachary Quinto, Eric Bana, Winona Ryder, Simon Pegg, Zoe Saldana, John Cho e mais alguns actores conhecidos da tv vão encher as salas de trekies. Vejam lá o trailer:



Já agora, estreia para o ano um filme, passado em 1998, sobre um grupo de fanáticos do Star Wars que tentam assaltar o Skywalker Ranch e roubar uma cópia de Episode I: The Phantom Menace: Fanboys. Um dos membros já leva vida de adulto há uns tempos e começam a notar um certo distanciamento. Resolvem então fazer o que planeavam desde o quinto ano, antes que fosse tarde demais para disfrutar como sempre imaginaram, e roubar a cópia, uma vez que a estreia ainda vai demorar largos meses. Dan Fogler, Jay Baruchel, Kristen Bell, Chris Marquette e Sam Huntington são os principais desta comédia/road movie que os vai levar, entre outros sitios, a uma convensão de trekies. Seth Rogen é o supergeek-trekie do trailer:


quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Mentes Brilhantes?... Tonino Guerra!

Já aqui falei da revista Premiere que voltou ao activo. Muitos parabéns pelo esforço que fizeram para termos uma publicação mensal sobre cinema, coisa única no país. Não posso é deixar de falar dum especial da última edição: 13 Mentes Brilhantes. Como curioso, tratei logo de ler o artigo de José Vieira Mendes (jornalista que tem um blogue chamado O Mourinho da Cultura:) que nos apresenta 13 argumentistas, pelo título brilhantes, tocando as suas virtudes e defeitos, em 3 páginas com algumas fotos. Ao que parece só quis falar de pessoas no activo, algumas com incursões na realização, mas raramente significativas. Começa por falar do "mestre" Robert McKee que apenas escreveu episódios das séries Abraham (1994) e Columbo (1979), fantástico. Para não me alongar muito vou agora meter alguns no mesmo saco. Fala dos argumentistas de Arma Mortífera, o Último Grandes Herói, Scream, as sequelas e os outros iguais com nome diferente, Instinto Fatal, Acossada, Showgirls, Jogo de Traições, O Suspeito da Rua Arlington, e por aí fora. Depois fala dos que escrevem os blockbusters: Spiderman, Missão Impossível, Guerra dos Mundos, Jurassic Park, O Código da Vinci, Cinderella Man, Uma Mente Brilhante (estes últimos tudo adaptações de sucessos literários). Fala do angolano João Nunes que escreveu dois telefilmes, A Selva, Tiro no Escuro, O Julgamento, Assalto ao Santa Maria e agora a série que passa na RTP, Liberdade 21. Quem sobra? Brad Bird, o homem por trás de Ratatui, The Incredibles e o Gigante de Ferro. Eric Roth: Forrest Gump, Munique e o novo de Fincher, The Curious Case of Benjamim Button. Alvin Sargent que escreveu Paper Moon, Ordinary People e The Effect of Gamma Rays on Man-in-the-Moon Marigolds. Guillermo Arriaga que escreveu para Iñarritu, Amores Perros, 21 Gramas e Babel. E ainda Charlie Kaufman: Being John Malkovich, Adaptation, The Eternal Sunshine of the Spotless Mind e o novo Synecdoche, New York. Não me parece grande lista, tendo em conta que são poucos os grandes filmes, em comparação com os maus. Nomes como Woody Allen, Tarantino ou Oliver Stone ficaram de fora, talvez por serem mais conhecidos como realizadores. Outros como Bergman, Fellini ou Cassavetes também não constam talvez pela mesma razão ou por já não andarem por cá. Ou talvez o cinema de autor não conte para as contas. Eu acho que sim e Tonino Guerra é um dos que merece estar na lista. Tem 88 anos e ainda não se reformou. Trabalhou com nomes como Antonioni, Fellini, De Sica, Rosi, os irmãos Taviani, Tarkovky ou Angelopoulos. Assinou cerca de 100 argumentos e ao menos o óscar honorário vinha a calhar, enquanto é tempo. Em baixo, 10 grandes filmes com argumento de Tonino Guerra, para não pôr mais.

L'Avventura (1960)

La Notte (1961)

L'Eclisse (1962)

Il Deserto Rosso (1964)

Il Caso Mattei (1972)

Amarcord (1973)

Nostalghia (1983)

E La Nave Va (1983)

Kaos (1984)

Topio Stin Omichli (1988)

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Melhor Documentário de 2008

Ainda estamos em Novembro, mas a Academia de Hollywood já revelou uma pré-selecção de 15 documentários, donde vão sair os cinco nomeados a melhor documentário de 2008. A cerimónia vai ter lugar no Kodak Theatre a 22 de Fevereiro de 2009 e os nomeados vão ser anunciados um mês antes, a 22 de Janeiro.

"At the Death House Door, directed by Peter Gilbert and Steve James
"The Betrayal" (Nerakhoon), directed by Ellen Kuras
"Blessed Is the Match: The Life and Death of Hannah Senesh", directed by Roberta Grossman
"Encounters at the End of the World", directed by Werner Herzog
"Fuel", directed by Josh Tickell
"The Garden", directed by Scott Hamilton Kennedy
"Glass: A Portrait of Philip in Twelve Parts", directed by Scott Hicks
"I.O.U.S.A.", directed by Patrick Creadon
"In a Dream", directed by Jeremiah Zagar
"Made in America", directed by Stacy Peralta
"Man on Wire", directed by James Marsh
"Pray the Devil Back to Hell", directed by Gini Reticker
"Standard Operating Procedure", directed by Errol Morris
"They Killed Sister Dorothy", directed by Daniel Junge
"Trouble the Water", directed by Carl Deal and Tia Lessin

Depois de publicada a shortlist muita gente se pronunciou e ao que parece é consensual que apesar de ser uma boa lista, faltam filmes como The Order of Myths, Stranded: I Have Come from a Plane that Crashed on the Mountains e sobretudo Dear Zachary. Ficam os trailers.

Dear Zachary


The Order of Myths


Stranded: I Have Come from a Plane that Crashed on the Mountains

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Il Grido di Antonioni

Michelangelo Antonioni nasceu em Ferrara, em 1912, no seio duma família de classe média, e cresceu nos arredores da província italiana. Morreu em Roma a 30 de Julho de 2007, no mesmo dia de Ingmar Bergman. Apesar de ter estudado ecónomia e comércio, também escrevia para o jornal local e em 1939 mudou-se para Roma, onde escreveu para o jornal Cinema e, ao mesmo tempo, tirou o curso de realização. Tornou-se numa das principais figuras do Neo-Realismo italiano juntamente com Rossellini e Visconti, como impulsionador e executante, com algumas curtas semi-documentariadas. Os seus primeiros três filmes claramente influenciados pelas suas raízes burguesas já fujiam um pouco do estilo neo-realista ao expôr duma maneira menos simpática a classe média. A sua quarta longa metragem é Il Grido, de 1957, e precede a trilogia com que atingiu o sucesso mundial (L'Avventura (1960), La Notte (1961) e L'Eclisse (1962)), levando a que mais tarde fosse trabalhar no estrangeiro, nomeadamente Reino Unido (Blow Up (1968)) e Estados Unidos (Zabriskie Point (1970)). O que marca este filme, muitas vezes subvalorizado, é o assumir da temática que o vai acompanhar durante a sua carreira: a alienação do indíviduo. A trilogia supracitada, a da alienação, ou se quisermos acrescentar o magnifico Il Deserto Rosso (1964) para completar uma tetralogia onde pontifica a sua musa Monica Vitti, são o consumar artistico do visionário italiano.
Na película de 57 acompanhamos Aldo (Steve Cochran), uma mecânico duma refinaria, que ao ser rejeitado pela mulher (Irma) com quem compartilhou adulteramente o leito durante sete anos, em vez da união consumada e por ele desejada, após o falecimento do marido de Irma (ausente durante todo esse tempo), Aldo parte com a filha de ambos (Roasina) com destino incerto, em busca de novo emprego e nova vida. Ao longo da viajem, Aldo vai encontrando várias mulheres, também solitárias e em busca de afecto, como a sua antiga amante, uma viúva dona duma estação de gasolina ou uma prostituta necessitada, que lhe dão casa e amor, mas não lhe fazem esquecer Irma nem o vazio profundo que o assola. Ao longo desta jornada que começa com um insuportável desgosto amoroso, prossegue com uma insessante busca de identidade e culmina quando a personagem se perde, ou se encontra, no seu destino, Antonioni faz-nos reflectir sobre a importância das relações e dos afectos, sobre a solidão e o porquê da nossa existência. Como dá para perceber, está lá tudo o que esperamos (ou não) dum filme dele, em longos planos sequência de personagens que vagueiam por paisagens sublimes, acompanhadas de poucos diálogos, o que Bergman uma vez chamou de cinema desinteressado e visionário. Não é uma obra-prima como outras, mais pelo argumento, mas merece um 8/10. Sobre o cinema de Antonini queria ainda dizer que usa a côr como poucos. Basta ver a expressividade que dá à imagem no seu primeiro filme colorido, o já falado, Il Deserto Rosso. Outra obra-prima a reter: Professione: Reporter (1975) com Jack Nicholson, fantástico. Em termos de influêcias: Wim Wenders, Lars Von Trier, Wong Kar-Wai ou mesmo Tarkovky, po exemplo, seguiram os seus passos. Para terminar vou dar-lhe a palavra:

Em Cannes, quando estreou L'Avventura:

"In the modern age of reason and science, mankind still lives by a rigid and stereotyped morality which all of us recognize as such and yet sustain out of cowardice and sheer laziness".
"My films explore the paradox that we have examined those moral attitudes very carefully, we have dissected them and analyzed them to the point of exhaustion. We have been capable of all this, but we have not been capable of finding new ones".

"Morality: When man becomes reconciled to nature, when space becomes his true background, these words and concepts will have lost their meaning, and we will no longer have to use them".

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Dois Concertos

Nas últimas semanas este vosso amigo teve o privilégio de assistir a dois magníficos concertos, primeiro Peter Murphy no Coliseu do Porto e depois GNR com a Banda Filarmónica da Guarda Nacional Republicana em Guimarães.


Mas vamos a umas quantas impressões:

Peter Murphy

Bem… não que tenha sido certamente o concerto da minha vida mas ainda assim Peter Murphy “apesar” da idade deu uma verdadeira lição sobre postura em palco e sobre aquilo que deve ser um concerto de rock. Pouca luz, muito volume e nenhum outro show-off além do próprio cantor que apesar de por vezes ter parecido um bocado abichanado esteve sempre 100% genuíno. Quis abraçar o público, falou para o céu (ou seria para os holofotes?), agarrou-se ao guitarrista e fez uma série de númer

os de contorcionismo. Fica aqui uma foto que tirei com o meu telemóvel e uma musiquinha que apanhei no youtube gravada in-loco.

Resta dizer duas coisas: Fiquei absolutamente vidrado na prestação do guitarrista: parecia tão simples e aquela guitarra solitária enchia a música e o palco quase tanto como a orquestra da GNR, usou apenas duas guitarras (cuja marca/modelo não consegui descortinar) durante todo o concerto, e no final fez uma coisa um tanto ou quanto estranha: antes de pousar a guitarra deu-lhe um beijo e fez isso de uma forma solene (com amor?).

A voz do Peter Murphy soa como nos álbuns. É incrível, parece que mesmo que ele quisesse sair do tom era impossível! Gostei especialmente da música She’s in Parties, original dos Bahaus.


GNR

O pavilhão multiusos de Guimarães é um espaço enorme e austero, quadrado e com um pé de altura gigantesco, estava vazio quando cheguei e só mesmo em cima da hora do concerto é que se encheu… eu não sabia que os GNR agradavam a tanta gente de tantos escalões etários: parecia que do liceu à Universidade Sénior, do Industrial Têxtil ao Operário tinha ido tudo ver os GNR! E o melhor: toda a gente sabe as letras das músicas!

Realmente a banda filarmónica dá outra dimensão a músicas que já ouvimos centenas de vezes, Vídeo Maria, Asas, etc, etc, etc. Rui Reininho no seu melhor: alterou letras, desafinou (só um bocadinho…) e depois enganaram-se na música que iam tocar a seguir e foi tipo “não ainda não é o Sub-16!”. Enfim gostei, gostei mesmo muito porque gosto mesmo muito dos GNR mas tenho de dar o braço a torcer porque há algumas coisas que lhes podiam ter corrido melhor.

Afinal o guitarrista deles, faz muito pouco em palco, ficando as “partes difíceis” para um músico contratado que discretamente e por detrás de uma Gibson Les Paul Júnior trata de tapar o guitarrista do grupo.

Na realidade o guitarrista é muito melhor com o acordeão do que com a guitarra. Que por sinal soava sempre demasiado alta ou tinha de ser trocada a meio da música. Se calhar eu estou a ser demasiado exigente pois na minha memória recente está ainda o guitarrista do Peter Murphy a tocar como se não houvesse amanha!

sábado, 15 de novembro de 2008

As Leis da Física nos Cartoons

Encontrei isto no Funny Pages, já é um artigo de 29 de Novembro de 1994, ainda o Herman tinha piada e o Manoel de Oliveira só tinha 85 anos.


Cartoon Law I

Any body suspended in space will remain in space until made aware of its situation.

Daffy Duck steps off a cliff, expecting further pastureland. He loiters in midair, soliloquizing flippantly, until he chances to look down. At this point, the familiar principle of 32 feet per second per second takes over.

Cartoon Law II

Any body in motion will tend to remain in motion until solid matter intervenes suddenly.

Whether shot from a cannon or in hot pursuit on foot, cartoon characters are so absolute in their momentum that only a telephone pole or an outsize boulder retards their forward motion absolutely. Sir Isaac Newton called this sudden termination of motion the stooge's surcease.

Cartoon Law III

Any body passing through solid matter will leave a perforation conforming to its perimeter.

Also called the silhouette of passage, this phenomenon is the speciality of victims of directed-pressure explosions and of reckless cowards who are so eager to escape that they exit directly through the wall of a house, leaving a cookie-cutout-perfect hole. The threat of skunks or matrimony often catalyzes this reaction.

Cartoon Law IV

The time required for an object to fall twenty stories is greater than or equal to the time it takes for whoever knocked it off the ledge to spiral down twenty flights to attempt to capture it unbroken.

Such an object is inevitably priceless, the attempt to capture it inevitably unsuccessful.

Cartoon Law V

All principles of gravity are negated by fear.

Psychic forces are sufficient in most bodies for a shock t

o propel them directly away from the earth's surface. A spooky noise or an adversary's signature sound will induce motion upward, usually to the cradle of a chandelier, a treetop, or the crest of a flagpole. The feet of a character who is running or the wheels of a speeding auto need never touch the ground, especially when in flight.

Cartoon Law VI

As speed increases, objects can be in several places at once.

This is particularly true of tooth-and-claw fights, in which a character's head may be glimpsed emerging from the cloud of altercation at several places simultaneously. This effect is common as well among bodies that are spinning or being throttled.

A wacky character has the option of self-replication only at manic high speeds and may ricochet off walls to achieve the velocity required.

Cartoon Law VII

Certain bodies can pass through solid walls painted to resemble tunnel entrances; others cannot.

This trompe l'oeil inconsistency has baffled generations, but at least it is known that whoever paints an entrance on a wall's surface to trick an opponent will be unable to pursue him into this theoretical space.

The painter is flattened against the wall when he attem

pts to follow into the painting. This is ultimately a problem of art, not of science.

Cartoon Law VIII

Any violent rearrangement of feline matter is impermanent.

Cartoon cats possess even more deaths than the traditional nine lives might comfortably afford. They can be decimated, spliced, splayed, accordion-pleated, spindled, or disassembled, but they cannot be destroyed. After a few moments of blinking

self pity, they reinflate, elongate, snap back, or solidify.

Corollary:

A cat will assume the shape of its container.

Cartoon Law IX

Everything falls faster than an anvil.

Cartoon Law X

For every vengeance there is an equal and opposite revengeance.

This is the one law of animated cartoon motion that also applies to the physical world at large. For that reason, we need the relief of watching it happen to a duck instead.

Cartoon Law Amendment A

A sharp object will always propel a character upward.

When poked (usually in the buttocks) with a sharp object (usually a pin), a character will defy gravity by shooting straight up, with great velocity.

Cartoon Law Amendment B

The laws of object permanence are nullified for "cool" characters.

Characters who are intended to be "cool" can make previously nonexistent objects appear from behind their backs at will. For instance, the Road Runner can materialize signs to express himself without speaking.

Cartoon Law Amendment C

Explosive weapons cannot cause fatal injuries.

They merely turn characters temporarily black and smokey.

Cartoon Law Amendment D

Gravity is transmitted by slow-moving waves of large wavelengths.

Their operation can be wittnessed by observing the behavior of a canine suspended over a large vertical drop. Its feet will begin to fall first, causing its legs to stretch. As the wave reaches its torso, that part will begin to fall, causing the neck to strech. As the head begins to fall, tension is released and the canine will resume its regular proportions until such time as it strikes the ground.

Cartoon Law Amendment E

Dynamite is spontaneously generated in "C-spaces" (spaces in which cartoon laws hold).

The process is analogous to steady-state theories of the universe which postulated that the tensions involved in maintaining a space would cause the creation of hydrogen from nothing. Dynamite quanta are quite large (stick sized) and unstable (lit). Such quanta are attracted to psychic forces generated by feelings of distress in "cool" characters (see Amendment B, which may be a special case of this law), who are able to use said quanta to their advantage. One may imagine C-spaces where all matter and energy result from primal masses of dynamite exploding. A big bang indeed.

The Fine Brothers

Benny e Rafi Fine são dois irmãos de Nova York, judeus ortodoxos e filhos de um Rabbi, que constituem uma das duplas de maior sucesso na internet. Foram dos pioneiros das web series, são sócios do YouTube, encontram-se no top 10 de comédia do MySpace, são dos poucos cujos filmes foram vistos mais de um milhão de vezes em sete sites diferentes, prefazendo, no total, cerca de vinte milhões de visitas. Para visitarem o site é só clickar: Raven Stake, tem sketches, séries cómicas e paródias a outras conhecidas. A última novidade é este sketch que tem circulado pela net, onde eles começam por avisar que vão estragar 100 filmes em menos de 5 minutos, isto é, contar o fim e outras cenas que tal, mas até o fazem em menos de 4.


sexta-feira, 14 de novembro de 2008

5 Filmes de Animação


Madagascar: Escape 2 Africa


O primeiro foi um sucesso e a sequela vai pelo mesmo caminho. Estreia dia 28 deste mês em Portugal. Alex, Marty, Melman e Gloria vão até África onde Alex vai ter problemas de comunicação com a família depois de tanto tempo no Zoo.



Waltz with Bashir

Estreou dia 12 de Junho em Israel, mas por cá ainda estamos à espera (lá para meados de Dezembro). Uma filme biográfico de guerra sobre a busca da identidade e das memórias perdidas na guerra do Líbano no ínicio dos anos 80.



Coraline

Uma miúda atravessa uma porta secreta que encontra na sua nova casa e descobre uma versão alternativa da sua vida. Cinema fantástico de animação trazido pelas mãos de Henry Selick, o parceiro de Tim Burton em The Nightmare Before Christmas (e na verdade, o realizador)



Monsters Vs. Aliens

A nova maluquice da Dreamworks. A Terra é visitada por extra-terrestres e a melhor forma de nos defendermos é combate-los com monstros. Seth Rogen, Paul Rudd, Reese Witherspoon, Will Arnett, Kiefer Sutherland e Stephen Colbert como presidente dos E.U.A. Funnnnny.



Ice Age: Dawn of the Dinosaurs

Dia 1 de Julho fica completa a trilogia. Ainda não se sabe muito acerca do argumento, mas já há imagens do novo de Carlos Saldanha.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Esmé - Parte II

por Saki (Hector Hugh Munro)

"Pergunto-me o que andaria uma criança a fazer ali", disse Constance passados instantes. "A apanhar amoras. Obviamente." "Não me agradou o modo como berrava", continuou Constance, "parece que ainda tenho o choro dele nos ouvidos." Não trocei das fantasias mórbidas de Constance; para dizer a verdade, a mesma sensação de ser perseguida por um persistente gemido aflito, tinha-se insinuado nos meus nervos já exaustos. A precisar de companhia, chamei por Esmé, que tinha ficado algures para trás. Com uns quantos saltos enérgicos pôs-se a par de nós, e depois desapareceu à nossa frente. O acompanhamento de gemidos estava explicado. O ciganito ia firmemente, e imagino que dolorosamente, aferrado pelas presas da hiena. "Santo nome de Deus!" gritou Constance, "que raio havemos de fazer? Que vamos fazer?" Estou perfeitamente convencida de que no Juízo Final Constance há-de fazer mais perguntas do que qualquer dos Serafins jurados. "Não podemos fazer nada?", insistia ela lacrimejante, enquanto Esmé trotava ligeira à frente dos nossos cavalos cansados. Pelo meu lado fazia tudo o que me ocorria no momento. Vociferava, ralhava, adulava, em inglês, francês e em linguagem de couteiro; fazia gestos inúteis no ar com a minha chibata esfiapada; atirei ao animal a caixa das sanduíches; realmente, não sei que mais poderia ter feito. E lá continuámos a arrastar-nos no crepúsculo que se adensava, com a silhueta desengonçada arrastando-se à nossa frente, e a toada de uma música lúgubre pairando nos ouvidos. Subitamente Esmé mergulhou numas moitas espessas ao lado do caminho, onde não a podíamos seguir; o gemido cresceu para um guincho e depois calou-se completamente. Passo sempre depressa esta parte da história, porque realmente é bastante horrível. Quando o bicho se juntou de novo a nós, depois de uma ausência de alguns minutos, havia nele um ar de compreensão resignada, como se soubesse que tinha feito uma coisa que desaprovávamos, mas que sentia como perfeitamente justificável. "Como pode permitir que essa fera esfaimada trote a seu lado?", perguntou Constance. Parecia-se mais do que nunca com uma beterraba albina. "Em primeiro lugar, não posso impedi-lo", disse eu. "E em segundo lugar, pode ser muitas coisas, mas esfaimada duvido que seja neste momento." Constance estremeceu. "Acha que o pobrezinho sofreu muito?", veio mais uma das perguntas desnecessárias dela. "Tudo indica que sim", disse eu. "Por outro lado, é certo que pode ter estado a chorar por pura birra. As crianças às vezes são assim." Era quase noite cerrada quando de repente emergimos em plena estrada. O clarão de uns faróis e o chiar de um motor passaram por nós simultaneamente a uma proximidade inquietante. Um baque e o som agudo de um guincho seguiram-se um segundo depois. O carro parou, e quando dirigi a montada para o local deparei com um homem novo curvado sobre uma massa escura imóvel estendida na berma. "Matou a minha Esmé", exclamei azeda. "Lamento imenso", disse o jovem. "Sou criador de cães, e compreendo como se deve sentir. Farei o que puder para a compensar." "Faz favor de a enterrar imediatamente", disse eu. Acho que tenho o direito de lhe pedir isso." "Traz a pá, William", ordenou ao chauffeur. Via-se que funerais improvisados nas bermas das estradas eram contingências que estavam previstas. Levou algum tempo a cavar uma campa suficientemente grande. "Sim senhor, um sujeito respeitável", disse o cavalheiro, ao mesmo tempo que o cadáver era rolado para a vala. "Dá a impressão que devia ser um animal de bastante valor." "Ficou em segundo lugar, em Birmingham, na categoria de cachorros o ano passado", disse eu com desembaraço. Constance fungou ruidosamente. "Não chore, querida", disse eu numa voz entrecortada. "Foi tudo rapidíssimo. Não deve ter sofrido muito." "Por favor", disse o jovem num tom sentido, "tem de me deixar fazer alguma coisa como forma de a compensar." Recusei delicadamente, mas como ele insistia acabei por lhe dar a minha morada. Naturalmente, não dissemos palavra sobre os episódios do princípio da noite. Lord Pabham nunca anunciou o desaparecimento da sua hiena; há um ano ou dois um animal estritamente frutívoro saíra do parque dele e vira-se obrigado a pagar indemnizações em onze casos de acidentes com ovelhas e praticamente repovoara as capoeiras dos vizinhos; por isso, uma hiena à solta era capaz de equivaler a qualquer coisa à escala de um subsídio do Governo. Os ciganos mostraram-se igualmente discretos quanto ao desaparecimento do filhote; não me parece que nos grandes acampamentos eles saibam, mais filho menos filho, quantos têm ao certo. A Baronesa fez uma pausa com ar pensativo, e depois continuou: Mas a aventura teve uma sequela. Recebi pelo correio um pequeno alfinete de diamantes amoroso, com o nome de Esmé gravado num raminho de alecrim. Por acaso, também, perdi a amizade de Constance Broddle. Está a ver, quando vendi o alfinete recusei-me com toda a razão a dar-lhe qualquer parte do lucro. Fiz notar que a parte Esmé do caso tinha sido inventada por mim, e que a parte hiena pertencia a Lord Pabham, se realmente a hiena era a dele, coisa de que, evidentemente, não tenho nenhuma prova.