quinta-feira, 10 de abril de 2008

Eric Arthur Blair

Para iniciar a minha participação neste espaço começo com este senhor, conhecido sob o pseudonimo George Orwell. Nascido na India a 1903, filho de um alto funcionário da marinha inglesa, estacionado na Índia, leu as primeiras letras na aristocrática Academia de Eton de onde sai desencantando com a sociedade de que faz parte, repudiando todo intelectualismo e seu artificialismo. Foi polícia em Mianmar mas desiste após 5 anos de opressão a um povo estrangeiro. Muda-se para a Europa, primeiro em Paris como operário ("linhão" de fábrica) e mais tarde para Londres onde adopta o nome com que publica as suas obras, sendo a primeira, curiosamente "Na Pior em Paris e Londres" (1933). Ao deflagrar a Guerra Civil Espanhola em 1936, sentiu que era ali o palco onde a história aconteceria e junta-se à luta com o P.O.U.M. (Partido Obrero de Unificación Marxista), ao lado dos anarquistas socialistas, resultando da experiencia a obra "Lutando em Espanha"(1938). Publicou ainda, já em Inglaterra, diversas obras de grande relevo como "Mantenha o Sistema" e "A Revolução dos Bichos". Morreu em 1950, aos 47 anos na miséria.

De todas os seus trabalhos gostaria de realsar "1984" (título original Nineteen Eighty-Four). Nesta anti-utopia literária descreve futuro da humanidade, dominada pelo totalitarismo, contituindo uma metáfora pessimista do pós 2ª Guerra.

Tudo se passa na Oceania, onde Winston Smith é funcionário do Ministério da Verdade, um órgão que cuida da informação pública do governo. Diariamente, os cidadãos devem parar o trabalho por dois minutos e se dedicar a atacar histericamente o traidor foragido Emmanuel Goldstein e, em seguida, adorar a figura do Grande Irmão, único partido político. Os cidadãos são vigiados 24h por dia atravez do Telecra, que tambem transmite informações.

Um outro cenário imaginario é a Novilingua, uma língua ainda em construção, que quando estivesse finalmente completa impediria a expressão de qualquer opinião contrária ao regime. Uma das mais curiosas palavras da Novilíngua é a palavra Duplipensar que corresponde a um conceito segundo no qual é possível o individuo conviver simultaneamente com duas crenças diametralmente opostas e aceitar ambas. Com estes meios o Big Brother conseguia tornar a verdade efemera. Esta obra é o mote ideal para a reflexão sobre o poder político e o povo que o sustenta e defende, bem como desencadeou uma das mais importantes ciencias de hoje: a gestão da cultura de massas.

4 comentários:

H. Portela disse...

Ora aqui esta mais um "Idiota" a vaguear por estas terras.
Estou a contar com muita pro-actividade tua para a dinamização deste blog

Angelo Gomes disse...

Este é o nosso territorio, condado dos "Idiotas". Que nao falte a actividade nas nossas mentes. conta comigo.

André disse...

Seja muito bem vindo Sr, Ângelo! George Orwell: wise choice! Também há o filme do Michael Radford, não está à altura, mas... http://www.imdb.com/title/tt0087803/

.mademoiselle dani disse...

Um olhar crítico, há tantos anos sobre a realidade que nos envolve actualmente, mais do que possamos imaginar!
Um grande livro.

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