quarta-feira, 30 de abril de 2008

Evolução 001

domingo, 27 de abril de 2008

25 de Abril Sempre! Pois claro...

O Miguel Sousa Tavares escreveu no cada vez mais pasquim que é o Expresso, que a única inevitabilidade na política portuguesa era que nunca mais nos íamos conseguir livrar-nos do Santana Lopes. Apesar de concordar, acrescento e com as comemorações naftalínicas do 25 de Abril. E depois queixam-se da suposta ignorância dos jovens e vem o nosso presidente da república, um tal de Sr. Silva (atenção que apesar de irónico, tratar as pessoas por Sr. para mim é mais respeituoso do que a nossa mania de Excelentíssimo Senhor Professor), que nunca primou pelo facto de ser culto, antes pelo contrário, dizer que se encontra impressionado com a ignorância dos jovens sobre política. Ora bem este mesmo senhor visita a Madeira e cala-se quando como é normal e protocolar ser recebido pela assembleia regional, não o é porque o presidente eleito por essa mesma assembleia acha que os seus deputados são uns bananas. Ou como na mesma ilha quando lhe pedem para falar sobre o ambiente aos nossos jovens, um tema que até lhes interessa, ele diz que está um dia muito bonito e cheio de sol. Será do aquecimento global? E já agora que tal colocar um cravo na lapela, não custa nada.
Peço desculpa por o tal prometido primeiro post sobre política esteja a ser tão demasiadamente tendencioso. Eu que até era para escrever acerca da oligarquia lisboeta, do seu centralismo descarado e da falta de influência do Norte nas decisões, e de como ver os Sopranos pode dar uma perspectiva interessante sobre o país. Mas pronto de vez em quando fico revoltado quando me chateiam a cabeça por ser fã do Sr. Soares que até pode estar velho, alguns dizem mesmo caquético, mesmo assim mais lúcido do que o senhor professor que vamos ter de aturar por mais 8 anos. Era bom que os jovens se voltassem a interessar por política, podia ser que o tirassem do poder. Lembrem-se que quando Cavaco Silva era primeiro-ministro é que começou a história da geração rasca que até só queria melhor educação e mostrar o traseiro sempre causou impacto (os americanos chamam-lhe mooning). Agora já não bastava por haver uns vídeos no youtube rotularem os putos de violentos e toca a chamar o Procurador Geral da República, também são burros. Esta moral e bons costumes da direita...
Mas a esquerda também leva. Hoje é só dar porrada! Se querem que os jovens saibam o que é o 25 de Abril e revoluções e pide e cravos, não impinjam sempre os mesmos velhos comunas e ex-bombistas que tirando uns poucos se calhar nem sabem bem onde estavam no 25 de Abril. Eu pessoalmente já estou farto de ver sempre as mesmas imagens de Lisboa, eu sei que o país era atrasado mas não existem imagens do Porto ou de Lamego, devem ter havido milhares de pessoas para os quais esse dia foi um dia como outro qualquer e que a notícia só chegou uma semana depois. Mais os capitães são uns chatos e estão gordos, as músicas de intervenção na sua maioria são merdosos (quantas vezes mais temos de ouvir uma gaivota voava voava), o Depois do Adeus não tem nada de revolucionário é apenas a história dum gajo que deixa a namorada e agora está fodido e Grandôla acho que nunca foi cidade. E o José Afonso é tipo o gajo maior da música portuguesa, o Venham mais Cinco é o melhor álbum de sempre e a maioria da música fantástica que fez não é da chamada intervenção. Na 2 num documentário muito bem feito da subfilmes dava justamente destaque a isso e pediam ao pessoal novo para reinterpretar ou conhecer a obra, e depois ouvi a Cristina Branco a cantar isto e fiquem rendido. Enquanto isto acontecia, na rtp1 5 horas pra aí das tais musiquinhas agora com arranjos manhosos à la operação triunfo, miséria.
Para terminar deixem de romancear tanto a história, esta quer-se imparcial não é, foi um dia bonito, a revolução tem uma estética romântica que nem o maior mestre de marketing poderia engendrar (a imagem do puto pôr um cravo na G3. Grande!) e dá um óptimo feriado por muitos e largos anos.

sábado, 26 de abril de 2008

John Cho's Off Centre

Série de culto dos primeiros tempos de faculdade, foi vista e revista por bastante gente, no sofazito da 5 de Outubro quase em frente ao Varandim. É uma sitcom norte-americana que foi transmitida, pelo menos na 2, e que conta a vida de dois amigos que partilham casa em Nova York. A série nunca teve grande audiência e foi cancelada a meio da segunda temporada por duas razões: primeiro porque era exibida ao Domingo e passaram-na para Quinta, o que não ajudou nada a falta de público, e em segundo pela controvérsia gerada por alguns temas tratados e linguagem utilizada. Depois de ser votada como a segunda pior série para a família por grupos como o "Parents Television Council", o New York Post publicou um memorando da Warner Bros. direccionado aos criadores da série que dizia o seguinte: "It is essential to reduce and/or modify the significant number of uses of 'penis,' 'testicles,' 'foreskin' as well as euphemisms for the same, such as 'your thingie''. Também proibe o uso de expressões como "covered wagon," "unit," "turtleneck," "little fella," "anteater," "diddy," "cloaking device" e "my pig is still snuggly, wrapped in his doughy blanket." Grande parte disto é dito por Chau Presley (John Cho), o amigo vietnamita e empregado do restaurante que eles costumam frequentar, que é a grande alma da série. Completamente louco e sem a mínima noção do ridículo Chau protagoniza muitas das melhores cenas do programa. Não chega a ser uma série de top, mas ele anda por lá. Têm aqui um excerto dum episódio com que esbarrei no youtube. Há cenas melhores (como o episódio em que ele namora com uma sem-abrigo, ou como ele diz outdoorsy) mas não vou estar a procurar. Para além dos dois amigos, o Mike (Eddie Kay Thomas) e o Euan (Sean Maguire), há ainda a Liz (Lauren Stamile) que é namorada do Mike e o vizinho Status Quo (Jason Wiston George), um rapper durão, mas só de fachada. Enjoy


quarta-feira, 23 de abril de 2008

A Relatividade Restrita

No seu artigo de 1905, Einstein resolveu uma questão sobre o comportamento da luz que o intrigava desde a sua adolescência. Desde os 16 anos que Einstein se questionava sobre qual seria o aspecto de um feixe de luz se ele pudesse correr a toda a velocidade ao lado dele. Ao reflectir sobre esta questão, ainda antes de publicar o seu trabalho, concluiu que utilizando a teoria de Maxwell (Electromagnetismo) a velocidade da luz era a mesma, independentemente da forma de a medir. Mas, pelo contrário, de acordo com a teoria de Newton (Gravitação) pode sempre alcançar-se um objecto que viaje a alta velocidade. Para Newton, o espaço e o tempo eram grandezas que formavam um referencial absoluto em relação ao qual podemos descrever o movimento de todos os corpos. Os físicos newtonianos acreditavam que o “éter” seria o tal referencial absoluto no qual se poderiam medir as velocidades de todos os objectos.

Segundo Einstein não existe qualquer forma de comunicar informação, ou de propagar uma perturbação de um lado para o outro, a velocidades superiores à da luz. A constância da velocidade da luz implica que medições efectuadas com relógios e réguas dependam do movimento relativo dos observadores. Na relatividade de Einstein, a medição de um intervalo de tempo depende do sistema de referência em relação ao qual se faz a referida medição. Um relógio em movimento avança mais lentamente do que um relógio em repouso. Os processos físicos utilizados no mecanismo do relógio ocorrem mais lentamente em relação ao observador em repouso. Mas este efeito só é apreciável a velocidades muito elevadas, próximas da velocidade da luz.

De acordo com a Relatividade Restrita, para compensar esta “dilatação do tempo” há simultaneamente uma “contracção do espaço”. No universo de Einstein, a distância entre dois pontos depende do sistema de referência. O comprimento de um objecto, medido num sistema de referência em movimento relativamente a esse objecto, é sempre menor do que o comprimento próprio (medido no referencial ligado ao objecto). Este efeito ocorre apenas ao longo da direcção do movimento.

Einstein sugeriu que se devia pensar no tempo como uma outra dimensão do Universo – a quarta dimensão – em muitos aspectos semelhante às três dimensões espaciais a que estamos habituados. Os acontecimentos passam a ser especificados usando-se quatro dados (três para as dimensões espaciais e uma para a temporal) e esta informação permite determinar a posição desse acontecimento no espaço-tempo.

Na Teoria da Relatividade Restrita, Einstein, admitiu que todos os objectos do universo se estão sempre a mover através do espaço-tempo a uma velocidade constante – a da luz. Esta ideia parece absurda se pensarmos a três dimensões, por isso é necessária a dimensão temporal para que este raciocínio seja válido. Ao considerar um objecto em repouso em relação a um dado referencial de inércia, toda a velocidade do objecto é utilizada para viajar numa só dimensão – a dimensão temporal. Todos os objectos fixos em relação a este envelhecem ao mesmo ritmo ou velocidade. Se um objecto se começar a mover no espaço, ele começa a utilizar uma parte da sua velocidade para o fazer. Para que a sua velocidade no espaço-tempo seja constante, a sua velocidade na dimensão temporal terá de diminuir. O objecto vai-se deslocar no tempo mais lentamente do que os objectos estacionários. Quando um objecto se move em relação a nós o tempo “atrasa-se” porque isso transfere alguma velocidade de movimento no tempo para movimento no espaço.

Gui Boratto em Portugal

Há por aqui pessoas que apostam na variedade dos seus posts, pois se bem que eu ao ínicio ainda tentei e prometo que vou tentar mais vezes, a minha cena é a música e encontro sempre motivos para postar, já tive uns quantos blogs sobre música mas faltava sempre audiência que aqui até existe (digo eu!).
Pois bem, de regresso a Portugal para 2 datas, amanhã véspera de feriado e de revoluções no Porto no récem aberto club Gare, ali mesmo à beira da gare de S.Bento, e dia do trabalhador no Lux em Lisboa, também pertinho da ferrovia nacional, está o grande Gui Boratto. Para quem anda nas lides dançantes a música deste brasileiro já faz parte da banda sonora pessoal à algum bom tempo, seja nos cds que andam no carro, seja em festas em bons clubs ou seja ao vivo, como por exemplo na fantástica actuação no Anti-Pop 2007. E o Chromophobia é um álbum do car****. Aos outros fica aqui o vídeo magnífico de uma música fantástica, daquelas que convençem até os mais cépticos em relação à música dançante.

gui boratto beatifull life


Digam lá que o vosso dia não ficou mais bonito!
What a beautiful life, what a beautiful world!

Myspace

Vídeos do Anti-Pop 2007
1, 2, 3, 4, 5

terça-feira, 22 de abril de 2008

"Even sex without procreation is good, because it helps you ease tension"

E quem diz isto é o herói de um RPG que descobri recentemente e que (como bem se vê!) merece um comentário.

Este post a bem dizer já vem com dois anos de atraso: em 2006 saiu The Witcher um RPG que apesar de não fazer (até ver!) sombra a títulos como Shadown of Amn ou Neverwinter Nights dá uma nova tónica ao conceito de RPG, com uma jogabilidade impressionante, gráficos de fazer fritar muita placa gráfica e uma história que apesar de não ser nenhuma obra prima não fica a dever nada a outros RPG que saíram nos últimos anos.


No jogo encarnamos a personagem de Gerald, um tipo que ganha a vida a matar monstros e passa grande parte do jogo a tentar enrolar-se com as diversas personagens femininas com que se vai cruzando. Pelo caminho há ainda tempo para uma boa dose de violência gratuita salpicada aqui e ali com pérolas como palavrões, abuso de álcool e drogas, sexo, prostituição e fanatismo religioso.

Fica aqui um filme do gameplay do jogo, para fazer salivar os mais viciados



A minha pontuação (de 0 a 20)
História: 10, o facto da personagem convenientemente ter ficado sem memória é imperdoável. Para além disso o argumento é uma nova versão das mesmas coisas que andam a ser escritas desde que tolkien publicou O Senhor dos Aneis, já era tempo de deixar-mos elfos e anões em paz e criar novas raças para os RPG's de medieval fantástico.
Personagens: 13, não que os autores do jogo estejam sempre a meter água, mas muitas vezes levam as coisas para níveis excessivos de parvoíce, pior pior é a profissão de uma das personagens: Detective Privado.
Gráficos e jogabilidade: 20
Aquecimento da minha placa gráfica: 21
Apreciação global: 19, é sem duvida o melhor jogo que já experimentei em diversos domínios, apenas peca no facto da história por detrás do RPG não ser nada de mais e faltar às personagens carisma e originalidade me impede de dar nota 20 a este jogo.

Pop solarenga em dia de chuva

Pelos lados da escandinávia dos fiordes e de dias sem noite e noites sem dia há qualquer coisa que os faz fazerem canções bonitinhas e incosequentes, daquelas que transportam em si uma melancolia agradável que tanto sabem bem num fim de tarde de verão como numa tarde de chuva como a de hoje.
E hoje tem-me sabido bem ouvir esta musiquinha desta querida sueca de Estocolmo que se chama Lykke Li e tem um álbum deste ano chamado Youth Novels, que pode ser descarregado aqui. Esta é o vício da tarde e chama-se Little Bit.



Myspace da menina.

domingo, 20 de abril de 2008

Cinco Trailers e Uma Curta

Para começar, um filme que já se fala há muitos anos e que estreia no dia 22 do próximo mês.

Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull


Continuando no cinema de acção e aventura, estreia dia 18 de Julho nos States a continuação de Batman Begins, o segundo filme dirigido por Christopher Nolan, com o falecido Heath Ledger no papel de Joker.

The Dark Knight


Lá mais para Agosto, Ben Stiller está de volta também como realizador (o último foi o Zoolander de 2001), com uma comédia em cenário de guerra, ao lado de Jack Black e Robert Downey Jr. nos principais papéis e um cast cheio de actores conhecidos.

Tropic Thunder


Feita a passagem para a comédia têm aqui o trailer dum filme que também se fala há já algum tempo.

Get Smart


Numa onda menos mainstream e com estreia marcada só lá para Outubro, está o novo filme de Fernando Meirelles (Cidade de Deus; O Fiel Jardineiro), uma adaptação do "Ensaio Sobre a Cegueira" de José Saramago. Pensei que ainda nem houvesse trailer, mas aqui está.

Blindness


Para terminar, uma curta que o Capitão Timor me mostrou. Selton Mello conta a Seu Jorge como decifrou o código que Tarantino inventou e que interliga todos os seu filmes (ou quase).

Tarantino's Mind


sábado, 19 de abril de 2008

Música para o fim de semana


El Guincho

Considerado o Panda Bear de Barcelona, e a comparação não é de todo descabida, editou este ano o álbum Alegranza e é uma das revelações do ano, a Pitchfork deu-lhe um 8.3. Melodias vocais em espanhol, percurssões vindas dos trópicos ou de África com um bocado de dub, é este o caldeirão de sons que a criatividade de Pablo Díaz-Reixa deixou gravada neste disco. Checkem o Myspace para mais sons e informação.


EL GUINCHO - Kalise

A segunda sugestão é tuga e devo confessar que sou um admirador convicto dos Dead Combo, das melhores coisas que a cena musical cá do burgo produziu. O novo registo chama-se Lusitânia Playboys e pelo que já ouvi a banda de Tó Trips e Pedro Gonçalves continua na onda de banda sonora de western da Mouraria, Sergeo Leone meets fadista vadio, mas desta vez alargaram o leque de convidados a gente como Howe Gelb e como dizem partiram do porto de Lisboa com destino ao mundo. Nada faz melhor juz do que as palavras da própria banda no myspace:

“A festa de despedida no porto de Lisboa estava cheia. Playboys e ancas jeitosas, marinheiros e oficiais despenteados, urbanos e campónios, populares e clássicos, modernos e antigos, bêbedos e alegres, tristes e melancólicos, uns dançam, outros tocam, alguns vivem, uns são convidados, outros aparecem por lá e todos fazem parte dessa mesma eternidade. Uns ficam, outros já se foram.

Com o subir da lua chega a hora do adeus, dos beijos, das facadas, dos abraços e das desgraças, as luzes do porto apagam-se, a algazarra dissipa-se, o som do baile entregou-se às gaivotas, o cheiro a rio invade as ruas até cá cima, e ao longe, no silêncio deste Tejo, navegando sob águas calmas, o Lusitânia partiu.

Uma silhueta negra acabou de passar a barra, é um barco, que ninguém sabe para onde vai.”

Lusitânia Playboys já está disponível nas lojas em edição especial, incluindo um DVD com curtas subordinadas à temática, com concerto ao vivo e mais outras preciosidades. Eu ainda não comprei mas desta vez acho que não vou ceder à tentação da pirataria. De referir que vão andar pelas fnacs do país em digressão e por mais alguns sítios, incluindo uma data no Passos Manuel no Porto, é só checkar o myspace.

Já agora fica aqui o vídeo de Putos A Roubar Maçãs.

Putos A Roubar Maçãs


quinta-feira, 17 de abril de 2008

Retalhos Relvados Regados em Redor

"Pretensiosismos à parte, reconheço que tenho falhas. Reconheço também, não as reconhecer como minhas, mas espalhadas pelos outros como retalhos relvados, regados em redor. Quando subi o Gangapurna, vi o cansaço na cara do Jaime, o frio na barba do Beto e o medo nos olhos do Sérgio. Mas ao fim destes anos não as consigo sentir. Não me consigo lembrar a que sabiam. O invólucro está vazio porque resolvi emprestar a tampa. Tampas há muitas, seu palerma! Diz um gajo que fala com candeeiros na rua… Barbas de molho, coentros na mesa do rei, um pássaro na mão ou duas no soutien? Daqui a nada começa a tratar-me por Evaristo. Tenho disso, tenho! Podes levar! Talvez o problema seja dar sem receber. Aí está uma falha que não vejo nos outros. Toma lá, dá cá. Não sei em que altura se passa ao campo do interesse. Sim é bonito… mas preferia outra coisa. Ok… não havia mais nada? É Linda… mas o Martim gosta mais de pólos… Jóia!... Cumé? Bam’ bora? O people curtiu… apesar de ser uma semente do corporativismo. Cromo… Se é difícil vermos todos da mesma maneira, porque é que tentamos parecer tão iguais? Conheci um puto que consumia duas doses de anarquia por semana para conseguir sair do quarto e ir até ao parque. Como dizia o Abel, os extremos tocam-se, mas duma maneira “não-sexual”. Acabou mal esse puto. Eremita num dia, sociopata no outro. Numa manhã em que ia manifestar-se contra o excesso de zelo das unidades anti-choque foi apanhado pelo Baba Ram Dass à saída do McDonalds. Passou dez anos numa casa de chocolate, conheceu o Ptolomeu, o Gandhi, o Duke Ellington, o Fernão Mendes Pinto, o Frank Zappa, o Frank Capra, o Franz Kafka, o Darth Vader e o Feiticeiro de Oz, adorava conhecer a Carole Lombard, mas o Clark não lhe dava espaço. Quando pensava ter-se libertado da sua mente libertária, só sentiu sossego na cabana em Montes Altos, apanhou bastantes frutos, comeu bastantes ervas, matou um casal e uma miúda de sete anos, com um pau que havia aguçado há uns dias, e virou Solange na prisão, até que a morte os separe. Lá interessante foi. Recebeu o que não queria depois de dar o que não devia. Pretensiosismos à parte, há alturas em que mais vale deixar o frasco ao ar e continuar a regar."

terça-feira, 15 de abril de 2008

Michael Cera

Michael Cera é um actor, preferencialmente de comédia, natural de Ontario no Canadá, que nos últimos tempos se tem revelado como uma das figuras emergentes, do género, nos Estados Unidos. Apesar de ter feito o seu primeiro papel para a televisão em 1998, Cera tornou-se conhecido com a sitcom “Arrested Development” que estreou em 2003 quando ele tinha 15 anos. A série conta a história de uma família disfuncional que se tem de adaptar a outro estilo de vida, quando o chefe da família vai preso e as contas, de cada excêntrico membro da família, são congeladas. A primeira temporada da série, filmada numa toada de falso documentário, foi um fenómeno de estreia, acompanhado sempre de muito boas críticas. No Wikipédia aparece como a sitcom com a votação mais alta da história, segundo os internautas do imdb. Uma série de culto imediato que já passou na TVI e que vale a pena dar uma olhada. Depois de três temporadas, e algumas participações em outras séries, Cera junta-se à “família” Apatow e estreia em 2007 “Superbad”, a comédia teen mais original desde, o já esgotado, "American Pie". Juntamente com Jonah Hill e Christopher-Mintz Plasse tentam perder a virgindade antes de irem para a faculdade, arranjando o álcool para a festa de despedida do secundário, sem se deixarem apanhar por dois polícias pouco convencionais. Pode parecer mais do mesmo, mas a verdade é que não assistimos ao nonsense exagerado das outras comédias do género, nem estamos perante as habituais personagens estereotipadas de 17 anos que se emborracham e fazem merda. Uma comédia do melhor que saiu nos últimos anos, com personagens mais reais, bons diálogos e um grande Jonah Hill. No mesmo ano, estreou "Juno", uma comédia dramática que deu a Diablo Cody o Óscar de melhor argumento original na última cerimónia. Juno (Ellen Page) é uma rapariga de 16 anos, dona do seu próprio nariz, que fica grávida depois ter passado uma noite com o seu melhor amigo Paulie Bleeker (Michael Cera). Primeiro pensa em abortar, mas acaba por mudar de ideias e resolve procurar uma boa família para o filho. A narrativa estende-se ao longo de um ano, acompanhando a gravidez, a relação com os pais, com o amigo, com os colegas de escola e com os pais adoptivos da criança. É um dos melhores filmes do ano e mais um fruto do cinema independente. Com uma realização sólida de Jason Reitman, um cast muito bom e uma banda sonora excelente, a grande ovação vai mesmo para Ellen Page, irrepreensível. Durante um par de anos, Michael Cera não pôs de parte o seu projecto pessoal, e lançou, juntamente com Clark Duke, a Web Serie “Clark and Michael”. A série é sobre dois aspirantes a produtores, que julgam ter uma grande ideia para uma sitcom, mas que fazem pouco para a realizar. Trata-se, portanto, de um mockumentary, que tem conquistado as mais diversas faixas etárias, apesar do blog estar atolado de mensagens das fãs. Tendo em conta que é uma estreia a escrever e a realizar, 9.2 no imdb é obra, apesar de não chegar aos 1000 votos. Michael Cera já tem mais uns 5 projectos agendados, entre os quais, a longa-metragem de "Arrested Development", onde ele volta à personagem de George-Michael. O próximo a sair, deve ser o "Extreme Movie", uma comédia em sketchs sobre sexo juvenil. Este puto parece que vai longe.

Trailer do Superbad
Trailer do Juno

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Weeds + Californication

Já venho um bocado tarde, mas hoje estreiam duas séries novas na RTP 2. A terceira temporada de "Weeds " e a primeira de "Californication". Uma grande noticia, para quem não lhe apetece muito ver o prós e contras e fica só com com novelas à escolha. A primeira com Mary-LouiseParker e Elizabeth Perkins, conta a história de uma recém-viúva que se torna a dealer do bairro para poder sustentar a família, dando a impressão que secretamente toda a gente está interessada nisso. A segunda trás David Duchony de volta (o Mulder dos X-Files), no papel de um escritor com bloqueio, separado da mulher... e da filha, e com um apetite insaciável por mulheres. Duas excelentes séries de comédia dramática para acompanhar às segundas à noite.



sábado, 12 de abril de 2008

O meu nome é Tayfun! E sou o Superhomem turco!


Para quem ainda não sabe a turquia é um pais que protege e promove a sétima arte como deve ser, e é por isso que nos últimos anos temos assistido a lançamentos de grandes filmes como: O Spiderman Turco o Exorcista Turco e (claro!) o clássico Super Homem Turco. Onde um Clark Gable chamado Tayfun é faz de SuperHomem do país Árabe mais Europeu do mundo! Eu gosto especialmente das partes em que o SuperTurco voa. Bem mas juizos de valor à parte, não será que o orçamento do nosso ministério da cultura seria mais bem empregue a subsidiar filmes como: Os Aliens do Cerco ou o Hulk de Arruda dos Vinhos ou o Batman de Vinhais?

Aqui fica um link para o best of, vale a pena ver! para os mais ávidos de estupidez em turco vejam este link no youtube podem assistir ao filme completo, legendado em inglês.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Inertes Reservados até ao Fim do Ano

“Reservados desconsolados, impávidos calados, revoltados desregulados, assentos públicos voláteis de lábios colados: - É tempo de fazer as malas! Migrar para bem longe, fugir do imediato, chacinar o ontem disfarçado de hoje, queimar o preto e o branco que sobram e fazer das cinzas pó de terra! Para o ano há mais… diferente. Melhor? Pior? Diferente! A luz apagou-se e tudo ficou claro: o sentido da vida é fazer parte dela. Ser a margem, o limite, a observação empírica ou o voyeur inveterado, ser submerso, árido e ultrapassado? A droga mais pura da vida pesa tanto que afunda e não me refiro à vulva nem à bunda. Das palavras aos actos perde-se o movimento, que ou sofre de estática, ou é subordinado do famoso decápode de retrocesso obrigatório. Tergiversar, segundo “Dobel”, só nos ajuda a escavar ainda mais o túnel que nos propusemos a tapar. Amanhã, para o ano, na próxima semana ou lá para o próximo mês, vai ter fim essa raridade aeriforme sem contrato assinado, mas de couro reservado, denominada de amparo. Burp.”

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Eric Arthur Blair

Para iniciar a minha participação neste espaço começo com este senhor, conhecido sob o pseudonimo George Orwell. Nascido na India a 1903, filho de um alto funcionário da marinha inglesa, estacionado na Índia, leu as primeiras letras na aristocrática Academia de Eton de onde sai desencantando com a sociedade de que faz parte, repudiando todo intelectualismo e seu artificialismo. Foi polícia em Mianmar mas desiste após 5 anos de opressão a um povo estrangeiro. Muda-se para a Europa, primeiro em Paris como operário ("linhão" de fábrica) e mais tarde para Londres onde adopta o nome com que publica as suas obras, sendo a primeira, curiosamente "Na Pior em Paris e Londres" (1933). Ao deflagrar a Guerra Civil Espanhola em 1936, sentiu que era ali o palco onde a história aconteceria e junta-se à luta com o P.O.U.M. (Partido Obrero de Unificación Marxista), ao lado dos anarquistas socialistas, resultando da experiencia a obra "Lutando em Espanha"(1938). Publicou ainda, já em Inglaterra, diversas obras de grande relevo como "Mantenha o Sistema" e "A Revolução dos Bichos". Morreu em 1950, aos 47 anos na miséria.

De todas os seus trabalhos gostaria de realsar "1984" (título original Nineteen Eighty-Four). Nesta anti-utopia literária descreve futuro da humanidade, dominada pelo totalitarismo, contituindo uma metáfora pessimista do pós 2ª Guerra.

Tudo se passa na Oceania, onde Winston Smith é funcionário do Ministério da Verdade, um órgão que cuida da informação pública do governo. Diariamente, os cidadãos devem parar o trabalho por dois minutos e se dedicar a atacar histericamente o traidor foragido Emmanuel Goldstein e, em seguida, adorar a figura do Grande Irmão, único partido político. Os cidadãos são vigiados 24h por dia atravez do Telecra, que tambem transmite informações.

Um outro cenário imaginario é a Novilingua, uma língua ainda em construção, que quando estivesse finalmente completa impediria a expressão de qualquer opinião contrária ao regime. Uma das mais curiosas palavras da Novilíngua é a palavra Duplipensar que corresponde a um conceito segundo no qual é possível o individuo conviver simultaneamente com duas crenças diametralmente opostas e aceitar ambas. Com estes meios o Big Brother conseguia tornar a verdade efemera. Esta obra é o mote ideal para a reflexão sobre o poder político e o povo que o sustenta e defende, bem como desencadeou uma das mais importantes ciencias de hoje: a gestão da cultura de massas.

Top Gajedo

1 - Não vou fazer um top 10 de gajedo. Para isso comprem a maxmen ou a playboy. As meninas, presumo que poucas, que aqui vêm também não achariam muita piada e os homens também só passam por aqui no intervalo de verem mulheres nuas na net.
2 - Instituiu-se a regra de a cada 10 posts sai um top10. Há-de chegar o dia em que o top10 será o top10 de posts de top10's. Espero ver esse dia.
3 - Auto-candidatei-me a postar o meu top10 de músicas e como não me apeteceu nem estar 3 horas para escolher nem podia escolher 10 músicas da vida (Nem 1 Gbyte chegava - piada informática mais crominha, porquê é que insisti em escrevê-la) escolhi então 10 mulheres da vida....musical claro (Estou mesmo malucos do riso, fo******).
4 - Fica aqui a seleção, claro que tinha que ter a Björk e também para continuar a onda do blog também lá estão os Portishead, melhor a soberba vocalista Beth Gibbons a solo e, a rockeira Pj Harvey, agora menos rockeira mas boa na mesma e a cantora do amor fodido de cigarros e copos de whisky (Porquê que abandonaste o álcool Chan Marshall? Ficava-te melhor que essa franjinha da moda) Cat Power. Também por lá andam a menina bonita e nova coquelushe Natasha Khan e os seus Bat for Lashes (A Björk gosta muita) e a loirinha encantatória Joanna Newsom a dedilhar suavemente a sua harpa. E Rock, bom e velhinho Rock, agora numa encarnação mais moderna, queria pôr a Kim Gordon mas não encontrei o Shadow of Doubt e depois pensei em buscar velhinhas tipo Patti Smith ou Siouxie mas limitei mais o top e ficou só com coisas dos anos 00, menos o Unravel da Björk mas essa tinha de ser. Então Rock visceral e dançável dos Yeah Yeah Yeahs e a Karen O (por onde andam? We miss you!). E Depois, e se depois, não, não há Mão Morta nem nenhuma versão feminina do Adolfo, até podia haver porque me lembrei agora que a Ana Deus dos Três Tristes Tigres (Estes sim, sentimos muito a vossa falta) fez uma versão desta música. Demoro mais tempo a escrever do que a escolher, estou numa de Hemingway escrevo tudo o que me vem à cabeça e não apago, acrescento mais frases. Depois, depois, Hip-Hop ou parecido, a mistura entre o exotismo do Bangladesh e a miscelanização das ruas de Londres de M.I.A., que é convidada dos Buraka Som Sistema na nova música. No final Techno, isso mesmo, no mundo acentuadamente masculino, até mais do que o hip-hop, do techno temos queridas. A berlinense Ellen Alien acompanhada de Apparat dá voz e maquinaria a Way Out, fantástico tema do álbum Orchestra of Bubbles, editado pela editora da própria, a Bpitch Control. A terminar Miss Kittin is High, dançem amigos e amigas, principalmente elas.


Get Music Tracks! Make Your Own!

5- Pronto fiquem lá com as carinhas bonitas destas meninas.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Björk - videoarte?


Se há coisa que a islandesa mais famosa do mundo tem tido ao longo da sua carreira, para além de música desafiadoramente bela, de procurar colaboradores nas margens da música e de vestir roupa esquisita, é uma forte aposta na componente visual da música. Se procurarem os melhores realizadores de videoclips como Michel Gondry, Spike Jonze ou Chris Cunningham o que encontram em comun é que todos eles já trabalharam com a pequena e estranha diva. Se no campo musical parece ter perdido um bocado o rumo, Volta não é um mau álbum mas falta-lhe qualquer coisa, alguns temas não trazem nada de novo. Desses temas um deles é Wanderlust, o próximo single, muito Björk early 00´s, bonitinho e com os trejeitos vocais do costume. O que se destaca é o vídeo que é qualquer coisa de fantástico.
A versão 2D do vídeo, lembra esposições em museus de história natural, com mamutes e paisagens pré-humanas pelo meio. Deixo aqui para vosso deleite:




A grande curiosidade é que existe uma versão do vídeo em 3D, ou seja, precisamos daqueles óculos estranhos que usávamos quando éramos putos pra ver umas maminhas a baloiçar no saudoso Tutti Frutti na RTL quando ter satélite pirata não era crime.
Pode-se ter um cheirinho aqui. Ou então no site oficial pode-se descobrir como conseguir vê-lo sem comprar o respectivo single (É impossível conseguir adquirir tudo o que a Björk lança, edições especiais, singles em 10 mil formatos, DVD's, livros, a carteira não aguenta).
Também no The New York Sun (Depois do NY Times, este, que puto poser que tento ser) também existe um artigo acerca da Encyclopedia Picture, a produtora do vídeo.

Já agora, dia 7 de Agosto naquele festival meio merdoso na costa alentejana, a magia vai-se espalhar. A ver se consigo ir lá, há 5 anos no meco foi...............

+ PORTISHEAD



terça-feira, 8 de abril de 2008

Los Olvidados

O mestre do surrealismo, Luis Buñuel, entra pelos caminhos do neo-realismo neste poderoso drama de 1950, “Los Olvidados”. O filme começa com uma pequena intervenção do narrador Buñuel que nos fala dos bairros pobres nas periferias das grandes cidades, escondidos pelos seus majestosos monumentos e pela imagem da opulência metropolitana, onde crescem potenciais delinquentes, crianças sujas, esfomeadas e sem educação que não chegam a ser crianças. Buñuel avisa, desde logo, que não se trata de um filme optimista, mas sim de um filme baseado em factos reais, deixando a solução do problema às “forças progressivas da sociedade”. A história tem lugar no México e foi imediatamente mal aceite pela imprensa xenófoba do país, assim como pelos sindicatos de trabalhadores, acusando o filme de desonra ao país. Buñuel expõe-nos, numa tela a preto e branco, o lado mais negro da sociedade que vive condenado e que tenta sobreviver à destruição física e moral que os persegue. No centro da acção, encontramos um grupo de delinquentes, liderado por “El Jaibo” (Roberto Cobo) acabado de fujir da prisão. Passam todo o tempo na rua, roubam o que podem a quem podem e usam constantemente a violência como meio para atingir os fins. Pedro (Alfonso Mejía) é um dos mais novos, e luta, ao longo da história, contra a corrupção moral a que está exposto no seio do grupo, e como cúmplice involuntário de Jaibo. A mãe de Pedro (Estela Inda), é uma mulher trabalhadora, que não dá ao filho o amor que ele necessita (nem sequer a comida) e Don Carmelo (Miguel Inclán) é um cego que acaba por sofrer com a ira de Jaibo. Para ser mais claro, só mesmo contando a história toda, mas já vos apresentei as personagens principais. O filme está carregado pelo terror de ficar sozinho no mundo, pela brutalidade da pobreza, pela ideia de que foi a própria sociedade que criou os esquecidos e lhes virou a cara. Vemos miúdos abandonados, maltratados, assassinados. Vemos, de certo modo, a cegueira com uma bênção neste mundo de condenados, onde até o leite de burra é uma dádiva de Deus. Buñuel, que usa a câmara como poucos, mostra-nos tudo isto de uma forma tão intensa e, por vezes, chocante que nos faz sentir todo o caos presente nestas almas perdidas que sofrem e fazem sofrer, sem deixar de parte o seu toque surreal, com especial incidência numa sequência onírica em que Pedro é atormentado por todos os seus pesadelos. Trata-se duma obra-prima que ganhou em Cannes o prémio de melhor realizador, e que faz lembrar, em alguns momentos, outros marcos do cinema como Ladri di Biciclette de De Sica, Les Quatre Cents Coups de Truffaut, ou o menor The Outsiders de Coppola. Um clássico imprescindível do mestre espanhol. Nota - 9/10.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

A, B, C ou D

"Houve dias em que me revi a ler esse questionário. Serve para o quê? É fútil mas dá jeito? Não me pareceu conexo com o anexo em questão nem nunca um espelho me mostrou tal reflexo. Carrinhos de mão, sacos, malas, bolsas… tudo parece tão familiar. Sim, uso telefone. Máquina de barbear também. 2 em 1 com barbear silencioso? Quanto é? É à borla! Parece-me cara e não sei bem porquê. Sim vou ao quiosque. Ao posto também. Preferes o “star glauss cappucino” ou aquele novo com partículas reflectoras? Cappucino? Compra na “Gorgeous”, é mais barato! Parece-me caro e também não sei porquê. Jardim, quiosque, “Gorgeous”, posto, passeio do outro lado da “Gorgeous”, quiosque, jardim. Aqui tens. A tua amiga da loja disse que me iam ficar bem uns suspensórios. Suspensórios? Ela que se meta na vida dela! Talvez estejam na moda suspensórios com cinto… e não são caros. Suspensórios com cinto incorporado? Quanto é? O posto relaxa-me. A espera é sempre findada. Sei que o momento é real, sem atrasos nem recuos. A espera é aguardada e depois aproveitada. Sem impressos nem processos. Não tenho que decidir cores, texturas nem tamanhos, também não tenho que saber apreciar as texturas e as cores, nem sequer tenho que saber as cores. Se não for hoje, espero até amanhã. Posto, ginásio, “Esquimó”, jardim. Agora não! Tenho que secar as unhas! Até a super-película aderente com evaporação instantânea serve de desculpa. Talvez quisesse que fosse mais parecido com uma bolsinha de maquilhagem, mais delicado, mais aveludado, mais perfumado, mais cor-de-rosa. Esperar sozinho por adormecer torna-se assustador para um católico, ainda por cima não praticante. Mas porque hei-de mudar, sem sentir que mudei? Chaves, carteira, tabaco, telemóvel. Mais um questionário para preencher??? Pergunta, resposta, sorriso, pergunta, resposta, franzir do sobrolho, pergunta, resposta, sorriso, pergunta, resposta, correcção! De pensar que isto começou há anos com a “Ragazzzzz…...."

Evolução 0

sexta-feira, 4 de abril de 2008

A Divina Comédia

Em primeiro lugar saudar o cineasta que lá para o fim do ano completa um século de existência e que tem trabalhado à velocidade de um filme por ano mas sem qualquer pressa, como se viu em 2006 quando estreou um filme homenagem a Buñuel de seu nome Belle Toujours. Em segundo lugar, quero apenas referir que este texto já é antigo, e peço, por isso, desculpas a quem já o conhece, mas é um rápido contributo para o blog. O filme de que vos falo tem 17 anos e foi feito 6 anos depois do Sr. De Oliveira receber o prémio carreira em Veneza. Este, “A Divina Comédia”, ao contrário do que se pode pensar, não se trata de uma adaptação da obra de Dante, embora seja possível encontrar pontos de contacto, mas antes uma dissertação sobre os valores humanos, o conflito entre o Bem e o Mal, a fé, o pecado, a punição, o arrependimento, a luxúria e o amor, em plena casa de alienados. As personagens cruzam-se ao longo da narrativa e vivem as suas alucinações/obsessões sendo que todas elas são personagens bíblicas ou romanescas. A encabeçar o elenco deste manicómio literário, Miguel Guilherme e Maria de Medeiros interpretam Raskólnikov e Sónia (personagens de Crime e Castigo de Dostoiévski), Luís Miguel Cintra é o Profeta da Salvação do Mundo e Mário Viegas encarna (ou então é ele) o Filósofo do Anti-Cristo. Para além destes, a “comédia” conta ainda com Jesus Cristo, Lázaro, Adão, Eva e os Irmãos Karamazov entre outros, com destaque para Maria João Pires que interpreta a bíblica Marta e acompanha muito bem a narrativa ao piano. O filme expõe o antagonismo óbvio entre as crenças religiosas do cristianismo e a incredulidade religiosa e social do niilismo e do ateísmo (a que o realizador chamou de “reflexão histórica”), com base em textos da Bíblia, Dostoiévski, José Régio e Nietzsche. Filmado à “velocidade” a que nos habituou… a contemplativa, o mestre português cria uma obra insólita que dá azo a várias interpretações e conclusões. Queria só acrescentar que apesar de já sentir uma certa simpatia pela Leonor Silveira, pareceu-me aqui muito bem a oferecer a maçã ao Adão. Nota - 8/10.

Programa de Fim de Semana

Em parceria com o blog de arquitectura, arte e cidade opozine deixo aqui o manual de intruções que todas as semanas é disponibilizado com sugestões para um fim-de-semana portuense.


##sexta.04abril#######################
Eventos»
[Exponor] #StockMarket »17h-22h [UCatólica-Artes] #5º Festival Black&White - Oiseau Noir »23h30 [Café Progresso] #Poesia in Progress: Odes ao vinho, à vida e à morte »22h30
Teatro»
[Maus Hábitos] #Capuchinho Vermelho XXX »23h [Plano B] #La strada, Fellini »22h [Rivoli] #Paranormal »21h30 [Rivoli] #Música no Coração»21h30 [teCA] #Nenhures »21h30 [Teatro Nacional de São João] #Turismo Infinito »21h30
Música Clássica»
[Casa da Música] #Moon Pain, Klaus Ib Jørgensen »19h30
Música»
[Contagiarte] #Bä Mbo »23h45 [Hot Five Jazz Club] #Septeto de Jazz da ESMAE »23h [Servartes] #Quintento Mário Santos [Teatro da Vilarinha] #Circunvalação à noite: MU »21h45 [Uptown] #Sista Pat Earthday Reggae Bash + Bob Figurante + Ras DaMula
Party»
[Café au Lait] #TAM@cafeaulait-super! [Maus Hábitos] #7º aniversário: D.I.S.C.O.Rilha Fest [Mutantes] #Interrupto + Contínuas + Dj Sushi [Passos Manuel] #Fabulosa Marquise dj set [Plano B] #Black Dolls + The Wonderland Club + Black Mekon + Cpt Luvlace

#sábado.05abril#######################
Conferências» [Casa da Música] #Andrea Deplazes: Inventioneering Architecture »21h30
Eventos»
[Exponor] #StockMarket »10h-22h [UCatólica-Artes] #5º Festival black&White - Couscous Prosjekt »23h30
Teatro»
[Maus Hábitos] #Capuchinho Vermelho XXX »23h [Rivoli] #Paranormal »21h30 [Rivoli] #Música no Coração»21h30 [teCA] #Nenhures »21h30 [Teatro Nacional de São João] #Turismo Infinito »21h30
Música»
[Hot Five Jazz Club] #Miguel Martins World Trio »23h [Plano B] #Jon Kennedy - UK [Servartes] #Quinteto Luísa de Carvalho »23h [Teatro da Vilarinha] #Pedro + Diana + Comvinha Tradicional »21h45 [Uptown] #The Aster + The Loyd »23h
Música Clássica»
[Casa da Música] #Aniversário Universidade do Porto »21h30
Party»
[Bazaar] #Lady Waks [Café au Lait] #Blow Up! Funk Sitar Beat Hammond Grooves [Casa-Viva] #Dopo+Nimai [Maus Hábitos] #7º aniversário: D.I.S.C.O.Rilha Fest [Mutantes] #Vai de Retro Satanás [Passos Manuel] #Festa do 5º aniversário da editora CRÓNICA: Pedro Tudela + JCruz [Plano B] #The Other Side + B-Team (Fabulosa Marquise + Justamine + Phillips + Twin Turbo)
#domingo.06abril#######################
[Party] #Missa das 4!!! - Zé Salvador + Miguel Flôr [Triplex] »16h


Agora eu recomendo hoje no belíssimo Theatro Circo em Braga, o espectáculo da parisiense Colleen, que vem apresentar a sua electroacústica e o novo álbum Les Ondes Silencieuses.
23h59 Bilhetes a 12€ (puxadote).
Aqui fica uma amostra:


Já no sábado dar um salto ao Pitch e dar um pézinho de dança ao som do alemão Lawrence, patrão da label Dial, responsável por alguma da melhor música de dança dos últimos anos, ver os registos do ano passado de Pantha du Prince e Efdemin por exemplo. Classe.

Claro que a melhor sugestão é aproveitar o verão antecipado e ir até à praia ou a uma esplanada nos espaços nobres da cidade e beber umas jolas.
Bom Fim de Semana.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

A Tuxa está viva e chama-se Miss Ágata

Na minha habitual rotina de quinta-feira quando as newletters com propostas para o fim de semana enchem a caixa do mail e como até queremos estar bem informados as lê-mos, deparei-me com um evento que se não parece interessante, no mínimo é cómico. Sábado à noite no Cabaret Maxime em Lisboa (Sim o bar/cabaret do Manuel João Vieira do Irmãos Catita e que já agora tem uma programação bastante interessante) vai ser, vai ser...o melhor é deixar aqui o que vem no site.




ALEX, O FABULOSO MISTER GAY
+
MISS ÁGATA
+
DJ XUXAS

Depois do sucesso do espectáculo de fim de ano, Alex, O Fabuloso regressa ao MAXIME para apresentar o seu best of intitulado Voando nas Asas do Tempo, que reúne os hits da já longa carreira, fabulosa.

Artista multifacetado que divide o seu tempo entre o Fogueteiro e o Algarve, nasceu em Moçambique e em finais dos anos 60 inícios dos anos 70, segundo se conta, andou pelo twist, yé yé, soul e música foleira ligeira. Actualmente e depois do badalado primeiro casamento gay em Portugal, Alex separou-se e renasceu para a sua carreira musical. Num espectáculo único e exclusivo, vão desfilar êxitos como Fresco Fresco ou Férias na Jamaica, passando pelo inesquecível hit Mister gay

.A abrir a noite estará Miss Ágata, ou Fernando, com o seu espectáculo Senhora do Mar inspirado na música que irá representar Portugal na Eurovisão deste ano. Anteriormente conhecido como Tuxa, agora como Miss Ágata, Fernando apresenta um show travesti de 5 músicas e 1 muda de roupa que irá sem dúvida fazer as delícias do Cabaret.
obrigatório:

mais info 1
mais info 2

(transmissão live cabaret-maxime.tv)


Se não sabem quem é a Tuxa andem um pouco para baixo e vejam o post Simão Sabrosa e Tuxa.

Neuromancer e o ciberespaço como deveria ser


Acabei de ler um livro há pouco tempo que, por motívos óbvios para quem o ler, aconselho vivamente. É-me sempre difícil explicar um livro e porquê o vale a pena ler, deixo a descrição do livro na amazon dize-lo por mim:

"Neuromancer is the most influential science fiction novel of our time. Cyberspace and virtual reality were invented in this book. It changed forever the way we look at tomorrow. The Matrix unfolds like neon origami beneath clusters and constellations of data. Constructs, AIs, live here. Somewhere, concealed by ice, Neuromancer is evolving. As entropy goes into reverse, Molly's surgical implants broadcast trouble from the ferro-concrete geodesic of the Sprawl. Maelcum, Rastafarian in space, is her best hope of rescue. But she and Case, computer cowboy, are busy stealing data from the almighty Megacorps. If the Megacorps don't get them both, perhaps Case will fall prey to the cheap treachery of Linda Lee, someone as lost as himself."

Considerado o "mais puro e característico trabalho cyperpunk", ganhou o prémio Hugo, Nebula e Philip K. Dick e foi um pioneiro na área de ficção ciêntífica. É a parte 1 de uma triologia que ainda não completei e muitos dos conceitos que hoje vemos visível nos filmes de SF foram inventados ou bastante influênciados pelo conjunto: Matrix, interface cérebro-computador, etc. Chega-se ao fim do livro a imaginar como poderá ser o mundo daqui a uns anitos.

Para quem está a pensar no próximo livro a ler (que não seja banda desenhada) dêem uma espreitadela a este.