Nesta segunda-feira, dia 25, teve início o 28º Festival Internacional de Cinema do Porto que terminará dia 9 de Março com o já "clássico" Baile dos Vampiros, que se realiza na véspera, no teatro Sá da Bandeira. Para quem quiser mais informação tem aqui o site do Fantasporto. Este festival fez-me lembrar um filme que saiu em 1990, um dos poucos que continuo a gostar desde criança, e que na altura não passou pelo Fantas: "Eduardo Mãos de Tesoura". Depois de dois filmes bem sucedidos, dentro do sub-valorizado género do fantástico, como foram o caso de: Beetlejuice e Batman, Tim Burton confirma-se como um dos cineastas mais preponderantes do final do século, com o lançamento da obra-prima onírica Edward Scissorhands. O ícone do cinema de terror Vincent Price, dá vida (e morte) a um inventor que não chega a finalizar a sua última criação: Edward, um homem que no lugar das mãos ficou com tesouras e que passou a viver sozinho no casarão dos subúrbios, ao cimo da colina. Uma senhora da Avon, depois de tentar vender os seus produtos em vão, por toda a cidade, resolve passar pela mansão histórica como última hipótese. A compaixão que sentiu por aquele estranho e solitário homem (que ainda por cima precisava de uns quantos produtos faciais) levou-a a acolhê-lo em sua casa e a tentar integrá-lo na sociedade local. Edward conquista rapidamente o coração dos cidadãos, com os seus inumanos dotes de jardineiro e cabeleireiro, ao mesmo tempo que se apaixona por Kim, a filha do casal que o acolheu. Tim Burton contrárias e contraditórias e redefine a imagem conceptual do inadaptado. Exímio na caracterização, cenários, efeitos visuais e na direcção de actores, catapulta para a ribalta dois jovens que passaram a ser referências no meio e dois marcos assina no papel e dirige atrás das câmaras este clássico dos tempos modernos, uma espécie de conto de fadas amaldiçoado, sobre o amor e as suas barreiras. Visualmente magnífico, toca até o mais gélido coração, ao aliar na perfeição o drama romântico a um sentido de humor muito peculiar, distintamente envoltos num mundo de fantasia. A relação entre o humanóide e a Humanidade provoca transformações inesperadas, reacçõespersonificadores de uma geração. O enigmático Johnny Depp (que a partir de então se tornou no actor fetiche do realizador e num sinónimo de versatilidade para os seus colegas actores) e a doce Winona Ryder (que depois de uma ascensão meteórica, mas justificada, até ao estrelato, se tem perdido em casos com a justiça, desde drogas à pura cleptomania) encabeçam o elenco que conta ainda com os senhores Alan Arkin e Dianne Wiest, como os pais de Kim (Winona) e ainda o "brat pack" Anthony Michael Hall. Um daqueles filmes que só melhora com a idade e que não sucumbe à transformação etária da percepção humana. No meu caso, puro prazer nostálgico. Nota - 9/10.
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