Depois da estreia de Dark Knight e de todo o burburinho criado à sua volta, e antes de alguém falar por aqui do, excelente, novo filme de Christopher Nolan, vale a pena relembrar os, já antigos, filmes de Tim Burton sobre o herói da BD, no dia em que completa os redondos 50 anos. Um ano depois de se ter dado a conhecer como uma promessa da sétima arte, com o devaneio estilistico de Beetle Juice, adaptou ao cinema um dos heróis mais afamados da história da banda desenhada, Batman. A personagem já tinha sido adaptada nos anos quarenta ao pequeno ecrã, através de duas séries, mas apresentava-se muito marcada pela segunda guerra mundial e pelo americanizado sentimento anti-nipónico. Nos anos sessenta surgiu mais uma série e posteriormente um filme, mas desta feita a apostarem num spoof comercial para fazer rir as massas, que para além de mal conseguido, irritou por demais os aguerridos fãs da nona arte.
Michael Keaton, que já tinha sido Beetlejuice, veste a pele do super-héroi e o “Sr. Cinema” Jack Nicholson faz o vilão do sorriso plástico, Joker. Tim Burton cria uma Gotham City escura, soturna, selvagem, perigosa e sem escrúpulos, protegida por uma policia corrupta que acaba por perder as réstias de sanidade quando Jack Napier, um individuo desfigurado após um tiroteio numa fábrica de produtos químicos, regressa disfarçado de palhaço, como o príncipe do crime, Joker. O playboy bilionário Bruce Wayne, que assistiu ao assassínio dos seus pais em criança, é agora a única esperança da caótica Gotham, personificada no vigilante homem-morcego. O filme conta ainda com Kim Basinger no papel de Vicki Vale, uma jornalista que segue os passos de Batman enquanto se apaixona por ele, ao mesmo tempo que sente despertar em si, o mesmo sentimento por um tal de Bruce Wayne. O filme foi um grande sucesso comercial e os fãs dos comics reconheceram o esforço do realizador em fazer a melhor adaptação possível ao cinema. Apesar da imensidão de seguidores e da projecção mediática que obteve, não é o melhor exemplo do thriller de acção que nos deixa preso à cadeira do principio ao fim. O rigoroso trabalho de Burton ao recriar o ambiente presente na banda desenhada, retira-lhe alguma fluência cinematográfica, mas confere-lhe um estilo único e genuíno. As personagens respiram aos quadradinhos e como o próprio Jack referiu: “The thing I like about The Joker is that his sense of humor is completely tasteless”. Nota: 7,5/10. O argumento podia ser melhor, e o guarda-roupa cheirar menos aos 80’s, ainda assim Tim Burton cria um marco (menor) na história da 7ª arte.
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